Com lançamento previsto no Brasil para junho, o Mounjaro (tirzepatida), medicamento injetável utilizado no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, ainda não teve seu preço oficial divulgado pela farmacêutica Eli Lilly, responsável por sua comercialização.
Em comunicado, a empresa afirmou que a definição de preços é uma das decisões mais estratégicas que precisa tomar. “Analisamos diversos fatores para garantir um equilíbrio entre o acesso dos pacientes e a continuidade dos investimentos em novas terapias”, destacou a Lilly.
Como serão os valores do Mounjaro no Brasil?
Apesar da falta de um valor oficial da fabricante, já é possível estimar os custos do tratamento no país. Antes da comercialização de um medicamento, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) estabelece o Preço Máximo ao Consumidor (PMC), que corresponde ao valor limite permitido para a venda no varejo, como farmácias e drogarias.
A CMED determinou que o preço do Mounjaro pode variar entre R$ 1.523,06 e R$ 4.067,81, dependendo da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) aplicada em cada estado, da dosagem e da quantidade de canetas injetoras por embalagem.
Em estados como São Paulo e Minas Gerais, onde o ICMS para medicamentos é de 18%, os preços tabelados vão de R$ 1.895,53 para doses de 5 mg/ml (com duas canetas) a R$ 3.791,07 para doses de 30 mg/ml (com quatro canetas).
Já no Rio de Janeiro, onde o imposto é de 20%, os valores variam entre R$ 1.948,55 e R$ 3.897,09, conforme a dose e o número de aplicações incluídas na embalagem.
Como a tirzepatida beneficia no controle do diabetes?
Estudos indicam que a tirzepatida é mais eficaz do que a semaglutida na redução dos níveis de hemoglobina glicada, um importante indicador do controle do diabetes tipo 2. Isso significa que os pacientes que utilizam a tirzepatida podem alcançar um melhor controle glicêmico, reduzindo o risco de complicações associadas ao diabetes.
Além disso, a tirzepatida oferece a conveniência de uma aplicação subcutânea semanal, com doses progressivas que começam em 2,5 mg e podem chegar até 15 mg. Essa flexibilidade na dosagem permite um ajuste personalizado para atender às necessidades específicas de cada paciente.
Controle glicêmico aprimorado:
- A tirzepatida atua nos receptores dos hormônios GLP-1 e GIP, que desempenham papéis cruciais na regulação do açúcar no sangue.
- Ela estimula a secreção de insulina quando os níveis de glicose estão elevados, ajudando a controlar os picos de açúcar no sangue após as refeições.
- Além disso, reduz a produção de glicose pelo fígado, contribuindo para um controle glicêmico mais eficaz.
- Estudos clínicos demonstraram que a tirzepatida leva a uma redução significativa nos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c), um marcador importante do controle glicêmico a longo prazo.
Como a tirzepatida contribui para a perda de peso?
Um estudo publicado na revista Jama Internal Medicine comparou a eficácia da tirzepatida e da semaglutida na perda de peso. Os resultados mostraram que, após um ano de uso, os participantes que utilizaram a tirzepatida apresentaram uma perda de peso média de 15,3%, enquanto aqueles que usaram a semaglutida perderam em média 8,3% do peso corporal.
Esses dados destacam a tirzepatida como uma opção promissora para o tratamento da obesidade, oferecendo resultados significativos na redução de peso, o que pode contribuir para a melhoria da saúde geral dos pacientes.
Perda de peso:
- A tirzepatida também auxilia na perda de peso, um benefício adicional para muitos pacientes com diabetes tipo 2, que frequentemente apresentam excesso de peso ou obesidade.
- O medicamento age nos centros de apetite no cérebro, promovendo a saciedade e reduzindo a ingestão de alimentos.
- A perda de peso resultante pode melhorar ainda mais o controle glicêmico e reduzir o risco de complicações relacionadas ao diabetes.
Com a aprovação recente da Anvisa para o tratamento do diabetes tipo 2, a expectativa é que a tirzepatida se torne uma ferramenta valiosa no combate a essa condição no Brasil. A análise para sua utilização no tratamento da obesidade está em andamento, e a aprovação pode expandir ainda mais seu uso no país.
À medida que mais dados se tornam disponíveis e a experiência clínica com a tirzepatida cresce, espera-se que este medicamento continue a desempenhar um papel crucial na gestão do diabetes e da obesidade, oferecendo aos pacientes uma opção eficaz e conveniente.
