Oceano.Créditos: depositphotos.com / IgorVetushko
Uma equipe de cientistas de várias universidades dos Estados Unidos fez uma descoberta surpreendente: um “oceano” localizado a 700 quilômetros abaixo da crosta terrestre. Este achado, publicado na revista Science, desafia as concepções tradicionais sobre a origem da água na Terra. A pesquisa se concentrou em uma região do manto terrestre conhecida como zona de transição.
Os pesquisadores identificaram moléculas de água presas dentro da estrutura cristalina de minerais azuis chamados ringwooditas. Este mineral tem a capacidade de armazenar grandes quantidades de água, misturadas com rochas ferventes, entre a superfície e o núcleo do planeta. Esta descoberta foi possível graças à análise de ondas sísmicas geradas por terremotos.
Como os cientistas descobriram a água no manto terrestre?
Para identificar a presença de água no manto terrestre, os cientistas utilizaram cerca de 2 mil sismógrafos espalhados pelos Estados Unidos. Eles analisaram as ondas sísmicas de mais de 500 terremotos. Quando essas ondas viajam através da Terra, sua velocidade diminui drasticamente, indicando a presença de algo mais leve, possivelmente água, nas rochas.
Essa técnica permitiu aos pesquisadores identificar grandes quantidades de água na zona de transição do manto terrestre. A descoberta desafia a hipótese de que a água da Terra teria vindo exclusivamente de cometas que se chocaram com o planeta nos seus primeiros anos de formação.
Qual é o impacto desta descoberta na compreensão da origem do oceano?
A descoberta sugere que parte da água que compõe os oceanos pode ter se infiltrado do interior da Terra ao longo de bilhões de anos. Este processo teria permitido que a água emergisse na superfície, formando os oceanos que conhecemos hoje. Se toda a água encontrada no manto estivesse na superfície, o nível dos oceanos seria tão alto que apenas os picos das montanhas seriam visíveis.
Esta nova perspectiva sobre a origem da água desafia a ideia de que a água foi trazida exclusivamente por cometas. A pesquisa abre caminho para novas investigações sobre o ciclo da água em profundidade e a possibilidade de outros “oceanos” subterrâneos.

Quais são os próximos passos para a pesquisa sobre oceano?
Os cientistas planejam expandir a pesquisa para outras regiões do planeta. A ideia é coletar mais dados sismológicos que possam revelar novos “oceanos” subterrâneos. Este esforço pode fornecer informações adicionais sobre o ciclo da água em profundidade e ajudar a entender melhor a dinâmica interna da Terra.
Com a continuação dos estudos, espera-se que novas descobertas possam esclarecer ainda mais o papel da água no interior do planeta e sua influência na formação dos oceanos e na geologia terrestre.