Kaio Lakaio/VEJA
Após ordenar a retirada de uma publicação “com manipulações” em pesquisa de intenção de voto para a prefeitura de São Paulo, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz impôs, nesta quinta-feira, uma multa de 53.205 reais ao pré-candidato Guilherme Boulos. A divulgação se refere a números do instituto Real Big Time Data, de março deste ano.
Segundo a decisão, o valor foi o mínimo para a multa, considerando que os dados eram “verdadeiros quando considerados isoladamente e retirados de uma pesquisa previamente cadastrada com vários cenários analisados, mas que foram combinados formando uma pesquisa estimulada ‘frankenstein'”.
Os diretórios municipais do MDB, do prefeito Ricardo Nunes, e do PSB, da pré-candidata Tabata Amaral, que não foi mencionada na publicação, entraram com representações contra o post que mostrava Boulos à frente de “bolsonaristas”.
Na publicação, aparecem Ricardo Salles e Marcos Pontes, ambos do PL, que não podem concorrer ao mesmo cargo. Além disso, a publicação ignorou Padre Kelmon, pré-candidato na época, e identificado como “bolsonarista” na decisão da justiça eleitoral.
Em nota, Enrico Miassi, presidente do diretório paulistano do MDB, classificou a multa como uma “vergonha” devido ao “erro grotesco”. Ele afirmou: “A população de São Paulo precisa estar atenta para não se deixar levar por manipulações e distorção de informações.”