Itapoá, uma tranquila cidade localizada na costa de Santa Catarina, está prestes a se transformar em um marco de inovação e preservação ambiental com uma obra inédita no Brasil. A ação envolve o alargamento das suas praias utilizando-se da areia retirada da dragagem de um canal, o que promete não só valorizar o turismo local, mas também combater a erosão costeira. A iniciativa, fruto de uma parceria público-privada, traz à tona discussões sobre sustentabilidade e desenvolvimento urbano nas regiões litorâneas.
O principal objetivo deste projeto é mitigar os significativos danos causados pela erosão marítima nas praias de Itapoá. Vistos como um tesouro natural, esses locais não apenas embelezam a cidade, mas também atraem turistas, sendo fundamentais para a economia local. Com a nova intervenção, espera-se estabilizar a erosão e criar uma extensa faixa de areia que possa oferecer segurança e conforto tanto aos moradores quanto aos turistas.
Como a obra será realizada?

Para a realização do projeto, está prevista a retirada de cerca de 12,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos do fundo da Baía da Babitonga. Parte deste material, equivalente a uma montanha de 200 metros de altura, será estrategicamente depositada ao longo de 10 quilômetros da orla de Itapoá, ampliando-a em pelo menos 30 metros e, em alguns pontos, até mais de 100 metros. A dragagem também visa aumentar a profundidade do estuário que banha a região, permitindo a operação de navios de até 366 metros de comprimento.
A obra representa não apenas um avanço na preservação ambiental, mas também um investimento econômico significativo. Com estimativas de custo em torno de R$ 324 milhões, o financiamento da obra será dividido entre o porto público de São Francisco, com um aporte de R$ 24 milhões, e o terminal privado de Itapoá, que investirá R$ 300 milhões a serem parcelados até 2037. Este investimento deverá ser recompensado pelo aumento na capacidade portuária e valorização imobiliária, além do provável crescimento do turismo local.
- Origem da areia: o material utilizado para o alargamento virá da dragagem de um canal náutico, ou seja, será reaproveitado em vez de descartado.
- Transporte da areia: a areia retirada será bombeada e conduzida por tubulações até a faixa de praia definida para a obra.
- Distribuição do material: tratores, escavadeiras e niveladoras espalharão a areia ao longo da orla, ampliando a largura da faixa de areia.
- Modelagem da praia: engenheiros e técnicos farão o nivelamento e a compactação do material para dar forma adequada, garantindo segurança e usabilidade.
- Proteção ambiental: monitoramento será feito para evitar impactos significativos à fauna e flora marinha durante a dragagem e a disposição da areia.
- Ampliação da faixa de areia: estima-se um ganho expressivo de largura, possibilitando mais espaço para turistas, moradores e atividades econômicas.
- Experiência inédita no Brasil: é a primeira vez que uma obra desse tipo será executada no país com essa metodologia (uso de areia de dragagem de canal).
Como será garantida a sustentabilidade do projeto?
Um dos desafios centrais do alargamento da praia é assegurar que o impacto ambiental seja não só minimizado, mas revertido em melhorias. O projeto está sob escrutínio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), aguardando autorização para início efetivo das obras. A prefeitura de Itapoá ainda aguarda a conclusão do projeto executivo, cuja elaboração está prevista para durar quatro meses.
Ademais, uma “bota-fora” em alto-mar foi planejada para o material excedente, contribuindo para que a dragagem não impacte negativamente a biodiversidade local. Aspectos como a recuperação do ecossistema e a manutenção das condições naturais do ambiente são fundamentais para a sustentabilidade e sucesso contínuo do projeto.
Quais os impactos da obra para a comunidade?

Com vasta extensão de 32 quilômetros de litoral, Itapoá oferece uma variedade de paisagens paradisíacas e já é um destino popular entre turistas. A ampliação das praias servirá não apenas como uma proteção contra a erosão, mas deve converter-se em um novo cartão-postal, capaz de incrementar ainda mais a atração turística e imobiliária. Além disso, com a conclusão do alargamento, quem visita e reside na cidade poderá desfrutar de uma área de lazer revitalizada e mais segura.
Outro aspecto relevante do projeto é o seu potencial para ser um modelo em iniciativas futuras semelhantes, promovendo um balanceamento cuidadoso entre desenvolvimento urbano e preservação ambiental.
FAQ sobre obra praia em Santa Catarina
- Como é feita a seleção da areia para o alargamento? A areia utilizada para o alargamento é meticulosamente selecionada com base em sua compatibilidade granulométrica e origem, garantindo que o sedimento adicionado atenda aos critérios para estabilidade e sustento da nova faixa de praia.
- Quais medidas serão adotadas durante a obra para proteger a vida marinha? Durante todo o processo, serão empregadas barreiras de contenção e monitoramento contínuo das condições do mar e populações marinhas para minimizar impactos e assegurar a proteção ecológica.
- Qual é a previsão de término das obras? A previsão de término dependerá do cronograma detalhado a ser divulgado após a obtenção das licenças ambientais e conclusão do projeto executivo, estando os moradores otimistas para que as praias possam estar totalmente revitalizadas nos próximos anos.