Em fevereiro de 2020, Bolsonaro disse que Patrícia Campos Mello “queria dar o furo a qualquer preço contra mim”. Até o momento, dois juízes votaram a favor da repórter e um, contra. Mais dois ministros devem se pronunciar na quarta-feira
O desembargador Salles Rossi, da 8ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), acatou manifestação da defesa de Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (24/6) e considerou, em votação, que o presidente não foi sexista ou “ofendeu a honra” da jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de São Paulo. Em fevereiro de 2020, o presidente disse que Patrícia “queria um furo”. “Ela queria dar o furo a qualquer preço contra mim”, disse a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.
O voto se deu em meio ao julgamento em segunda instância de um processo movido pela jornalista por danos morais contra o presidente. Os magistrados avaliaram um recurso da defesa do presidente e também de Patrícia, após Bolsonaro ser condenado em primeira instância pela juíza Inah de Lemos e Silva Machado, da 19ª Vara Civil de São Paulo, a pagar R$ 20 mil por danos morais.
Na época, a declaração fez referência ao depoimento de um ex-funcionário da Yacows, uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp, na CPI das Fake News no Congresso. O depoente Hans River ofendeu a jornalista ao dizer que ela havia se insinuado para ele em troca de uma reportagem, segundo a qual empresários financiaram disparos em massa de mensagens na campanha eleitoral. Suas declarações na comissão foram contestadas em mensagens de texto e em áudios divulgados pela Folha. Apesar disso, Bolsonaro endossou a versão.