Em março de 2025, um caso de tentativa de feminicídio envolvendo a influenciadora política Laura Sabino ganhou destaque nacional. O episódio ocorreu em Belo Horizonte, Minas Gerais, e trouxe à tona discussões sobre a violência de gênero e a vulnerabilidade de mulheres, mesmo em ambientes considerados familiares. Laura, que possui grande presença nas redes sociais e atua em movimentos sociais, relatou o ataque em um vídeo publicado semanas após o ocorrido.
O crime foi cometido em 14 de março pelo próprio irmão da vítima, que desferiu múltiplos golpes de faca contra Laura dentro da residência onde ambos viviam. A jovem, de 25 anos, conseguiu escapar após sofrer ferimentos graves e foi socorrida por profissionais de saúde. O agressor foi detido pela Polícia Militar e encaminhado à delegacia, onde recebeu voz de prisão em flagrante.
Quem é Laura Sabino?
Laura Sabino é conhecida por sua atuação política e social, principalmente junto ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Além de influenciadora digital, ela é professora, palestrante e estudante do último ano de História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Seu trabalho inclui a organização de projetos comunitários, como cursinhos populares, atendimento psicológico gratuito e iniciativas de apoio à educação.
Com quase um milhão de seguidores nas redes sociais, Laura utiliza sua visibilidade para abordar temas ligados à justiça social, direitos humanos e igualdade de gênero. Sua militância, alinhada ao marxismo, é marcada pela defesa de políticas públicas voltadas para a população mais vulnerável. O apoio do MST e de outras entidades após o ataque reforçou a importância de sua atuação e a necessidade de proteção a defensoras de direitos humanos.
Como ocorreu a tentativa de feminicídio?
O ataque aconteceu no dia 14 de março de 2025, quando Laura estava em casa estudando. Segundo relatos, o irmão entrou no quarto armado com uma faca e iniciou a agressão. Laura sofreu diversas perfurações nos braços e no abdômen, além de apresentar suspeita de fratura. Durante a tentativa de se defender, ela caiu e começou a perder a consciência. O agressor ainda tentou incendiar o imóvel, jogando um líquido inflamável sobre a vítima e procurando fósforos, o que permitiu que Laura conseguisse fugir e buscar ajuda.
O boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar detalha que, ao chegar ao local, os agentes encontraram Laura sendo atendida por uma equipe de saúde. O agressor foi contido e levado à delegacia, onde foi formalmente indiciado por tentativa de feminicídio. A investigação ficou a cargo da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, que concluiu o inquérito com o indiciamento do suspeito.
- Formação e Carreira: Ela é youtuber, professora, palestrante e jornalista. Em 2019, ingressou no curso de História na UFMG.
- Militância Política:
- É alinhada ao marxismo e militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
- Atua também no Pré-Universitários Populares de Ribeirão das Neves.
- É considerada uma das vozes mais relevantes na formação política de esquerda nas redes sociais.
- Participou da onda de ocupações de escolas secundárias em 2016.
- Em 2022, abriu a pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência.
- Conteúdo Digital: Possui quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais, onde produz conteúdo sobre política, desigualdade social e vivências de mulheres periféricas, utilizando análises de filmes infantis e músicas brasileiras.
- Visão sobre “Influenciadora”: Apesar de ser amplamente reconhecida como influenciadora, ela se descreve como alguém que “produz conteúdo marxista para a internet” e cumpre um papel de “divulgadora e difusora socialista”, pois entende que o termo “influenciadora” pode apagar seu papel político.
Quais medidas de proteção estavam em vigor?

Antes do ataque, Laura já havia solicitado uma medida protetiva de urgência com base na Lei Maria da Penha, devido a ameaças recebidas do irmão. A ordem judicial foi concedida quatro dias antes do crime, mas o agressor só foi notificado oficialmente após a tentativa de feminicídio. Desde dezembro de 2024, Laura também estava inserida no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, uma iniciativa do Governo Federal para garantir a segurança de pessoas ameaçadas em razão de sua atuação social ou política.
- Medida protetiva: Solicitação feita por vítimas de violência doméstica para garantir o afastamento do agressor.
- Programa de proteção: Acompanhamento e suporte a defensores de direitos humanos em situação de risco.
- Atendimento policial: Intervenção imediata das autoridades em casos de ameaça ou agressão.
O episódio envolvendo Laura Sabino evidencia a persistência da violência contra mulheres no país, inclusive dentro do ambiente familiar. Segundo dados recentes, o feminicídio e as tentativas desse crime continuam sendo desafios para as autoridades e para a sociedade civil. O caso também ressalta a importância de medidas protetivas eficazes e do fortalecimento de políticas públicas voltadas à prevenção e ao combate à violência de gênero.
Além disso, a repercussão do caso nas redes sociais e na mídia contribuiu para ampliar o debate sobre a segurança de mulheres ativistas e defensoras de direitos humanos. Organizações como o MST e entidades de direitos humanos manifestaram solidariedade e cobraram providências das autoridades para garantir a proteção de vítimas e o rigor na responsabilização dos agressores.