O envelhecimento é um processo natural que traz mudanças significativas para as famílias, especialmente quando envolve o surgimento de doenças como a demência. Em 2025, a apresentadora Adriane Galisteu compartilhou detalhes sobre a saúde de sua mãe, dona Emma Galisteu, revelando o diagnóstico inicial de demência e os desafios que esse quadro impõe à rotina familiar.
Segundo relatos recentes, dona Emma começou a apresentar sintomas típicos da condição, como lapsos de memória e dificuldades para lembrar acontecimentos recentes. Essas alterações impactam não apenas a vida da própria paciente, mas também de seus familiares, que precisam adaptar hábitos e cuidados diários para garantir o bem-estar e a dignidade do idoso.
Como Adriane Galisteu explicou a situação?
Galisteu explicou que a mãe, apesar de ter saúde física, já não consegue mais fazer viagens longas ou frequentar lugares onde ia antes. Ela mencionou que Dona Emma tem dificuldades para respirar e andar.
Um dos pontos mais tocantes da explicação de Adriane é a questão da memória da mãe. Ela conta que Dona Emma esquece acontecimentos recentes, como o que jantou no dia anterior, mas se lembra de coisas de um passado mais distante. “Hoje ela fala coisas que eu nunca a ouvi falar. Ela perdeu uns filtros, a memória de muita coisa. Lá atrás ela lembra muito, mas o que comeu hoje ela não sabe. Eu fui jantar com ela ontem e ela não lembrou o que jantou comigo”, declarou, visivelmente abalada.
A apresentadora também destacou a dificuldade de ver quem se ama envelhecer e perder a autonomia, especialmente porque sua mãe sempre foi muito ativa e a acompanhava em tudo. Ela ressalta que precisa tomar atitudes pela mãe para que ela não fique parada, e que essa é uma luta para quem tem idosos em casa. Adriane também mencionou que, às vezes, a mãe briga com ela até mesmo para receber conforto.
Essas declarações mostram o impacto emocional e prático que o diagnóstico da demência tem na vida de Adriane Galisteu e sua família.
O que é demência e como ela afeta o cotidiano?
A demência é um termo utilizado para descrever um conjunto de sintomas que afetam principalmente a memória, o raciocínio e outras habilidades cognitivas. Entre as manifestações mais comuns estão o esquecimento de fatos recentes, mudanças de comportamento e dificuldade para realizar tarefas rotineiras. Embora a memória de acontecimentos antigos possa permanecer preservada por algum tempo, o esquecimento de informações do dia a dia costuma ser um dos primeiros sinais observados.
Essas alterações exigem uma reorganização da rotina familiar. Atividades simples, como passeios ou viagens, podem se tornar desafiadoras devido à necessidade de atenção constante e ao risco de desorientação. Além disso, o suporte emocional e a paciência dos familiares são fundamentais para lidar com as mudanças de comportamento e as limitações impostas pela doença.
Como lidar com o envelhecimento de um familiar com demência?
O cuidado com idosos diagnosticados com demência envolve uma série de adaptações. Entre as principais recomendações estão:
- Manter uma rotina estruturada: Horários fixos para refeições, medicamentos e atividades ajudam a reduzir a ansiedade e a confusão.
- Estimular a autonomia: Permitir que o idoso participe de tarefas simples contribui para a autoestima e preservação das capacidades cognitivas.
- Oferecer conforto e segurança: Adaptar o ambiente doméstico para evitar acidentes e garantir o acesso fácil a objetos de uso diário é essencial.
- Buscar apoio profissional: O acompanhamento de médicos, terapeutas ocupacionais e psicólogos pode fazer diferença na qualidade de vida do paciente e da família.
Além dos cuidados práticos, é importante considerar o impacto emocional que o envelhecimento e a demência provocam nos familiares. O sentimento de impotência diante das limitações do ente querido é comum, assim como a necessidade de buscar estratégias para lidar com o luto antecipado e as mudanças na dinâmica familiar.

Quais são os desafios enfrentados?
O papel de cuidador de um idoso com demência é repleto de desafios. Entre eles, destacam-se o desgaste físico e emocional, a sobrecarga de responsabilidades e a necessidade de conciliar o cuidado com outras demandas pessoais e profissionais. Muitas vezes, o cuidador precisa abrir mão de atividades de lazer e convívio social para se dedicar integralmente ao familiar.
Para minimizar esses impactos, especialistas recomendam a divisão de tarefas entre os membros da família, a busca por grupos de apoio e a valorização de momentos de autocuidado. O acesso a informações confiáveis sobre a doença e o compartilhamento de experiências com outras pessoas na mesma situação também são estratégias que contribuem para enfrentar o cotidiano com mais equilíbrio.
- Estresse e sobrecarga: A constante vigilância e a necessidade de lidar com comportamentos desafiadores (agitação, agressividade, confusão, perda de memória) levam a um nível elevado de estresse. A imprevisibilidade da doença e a dedicação 24 horas por dia causam uma sobrecarga significativa.
- Tristeza e luto antecipado: Ver um ente querido perder gradualmente suas memórias, personalidade e habilidades é um processo doloroso. Cuidadores frequentemente experimentam um luto antecipado pela pessoa que estão perdendo, mesmo que ela ainda esteja viva.
- Depressão e ansiedade: A exaustão física e emocional, o isolamento social e a sensação de impotência podem levar ao desenvolvimento de depressão e ansiedade.
- Culpa e conflito interno: Sentimentos de culpa por não conseguir fazer o suficiente, por perder a paciência ou por precisar de ajuda externa são comuns. Decisões difíceis sobre os cuidados também podem gerar conflitos internos.
- Isolamento social: A dedicação integral ao idoso com demência muitas vezes limita o tempo do cuidador para atividades sociais, hobbies e tempo com amigos e outros familiares, levando ao isolamento.
- Desgaste do relacionamento: A dinâmica familiar pode mudar drasticamente, e a relação com o idoso doente pode se tornar desgastante devido às alterações de comportamento e à dependência progressiva.
Ter acesso a informações claras sobre a demência e suas consequências é fundamental para que as famílias possam se preparar e buscar as melhores alternativas de cuidado. Iniciativas como séries documentais e depoimentos públicos, como o de Adriane Galisteu, ajudam a ampliar o debate sobre o envelhecimento e a importância do acolhimento aos idosos.