Nesta quarta-feira (9/4), o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou recentemente o pedido de cassação do deputado federal Glauber Braga, do PSOL-RJ. A decisão foi tomada com 13 votos a favor e 5 contra, mas ainda não resulta na perda imediata do mandato do parlamentar. Para que a cassação seja efetivada, o processo precisa ser aprovado em plenário, onde são necessários pelo menos 257 votos favoráveis.
O caso teve início em abril de 2024, quando Glauber Braga se envolveu em um incidente com o youtuber Gabriel Costenaro, do Movimento Brasil Livre (MBL). O deputado é acusado de agredir o youtuber, o que gerou o pedido de cassação. Glauber Braga alega que o parecer favorável à sua cassação é fruto de uma negociação política envolvendo o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira.
Como Glauber Braga se defende?

Glauber Braga defende que sua cassação é resultado de perseguição política. Ele acusa Arthur Lira de articular o processo contra ele como uma forma de retaliação. Em protesto, o deputado anunciou que permanecerá em greve de fome no Conselho de Ética até que o processo seja concluído. Ele afirmou que esta é uma tática política radical, mas necessária para chamar a atenção para o que considera uma injustiça.
Durante as discussões no Conselho de Ética, houve um acalorado debate entre deputados de diferentes espectros políticos. A sessão começou de forma tranquila, mas rapidamente se transformou em uma troca de acusações entre os parlamentares. Deputados aliados de Glauber Braga tentaram manter o andamento do caso, enquanto outros buscavam encerrar a discussão.
“Tomei, sim, a decisão de utilizar a tática mais radical do ponto de vista político que um militante pode fazê-lo. Eu hoje tomo a decisão de que vou permanecer aqui nesta sala, permanecer no Congresso Nacional, até a finalização do processo. No dia de hoje, eu já iniciei, porque eu estou o dia inteiro em jejum e eu, a partir de agora, não vou, até o fechamento desse processo, me alimentar”, declarou Glauber.
Como o caso se desenrolou no Conselho de Ética?
O pedido de cassação foi encaminhado para votação após a rejeição de requerimentos que tentavam encerrar a discussão. Deputados da esquerda e militantes presentes acusaram o presidente da Câmara, Hugo Motta, de realizar manobras para retirar o mandato de Glauber Braga. As tensões entre Glauber e Arthur Lira, padrinho político de Motta, são antigas e conhecidas no cenário político.
O relator do caso, Paulo Magalhães, destacou em seu parecer as críticas de Glauber ao ex-presidente da Câmara. Ele argumentou que o desrespeito ao cargo configura uma afronta à Casa Legislativa. Durante a sessão, parlamentares do PSOL também apontaram inconsistências no tratamento de casos semelhantes, citando o exemplo do deputado Chiquinho Brazão.
Como começou o caso?
Deputado Glauber Braga põe influencer pra fora da Câmara dos Deputados dando pé na bunda.
— Lula Marques (@LulaMarques) April 16, 2024
📸Lula Marques. pic.twitter.com/CXXRAllWNX
O incidente que deu origem ao processo de cassação ocorreu em abril de 2024, quando Glauber Braga agrediu Gabriel Costenaro na Câmara dos Deputados. O deputado afirmou que foi provocado e se sentiu intimidado pelo youtuber. Em resposta, o partido Novo enviou à Mesa da Câmara um pedido de cassação, que foi acatado por Arthur Lira e encaminhado ao Conselho de Ética.
O desfecho do caso agora depende da votação em plenário, onde o futuro político de Glauber Braga será decidido. A situação continua a gerar debates acalorados e a chamar a atenção para as complexas dinâmicas políticas dentro da Câmara dos Deputados.