Sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve uma mudança notável na distribuição de publicidade federal. Veículos com uma linha editorial que se alinha mais estreitamente com as posições do governo atual começaram a receber fundos, após quatro anos de seca financeira durante a presidência de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo informações do Poder360, a revista Carta Capital, por exemplo, recebeu R$ 1,1 milhão em anúncios em 2023, superando outros veículos de mídia tradicionais como O Globo, Estadão ou Folha de S. Paulo. O site Brasil247, também conhecido por sua linha editorial à esquerda, recebeu R$ 745 mil.
Por outro lado, a Jovem Pan, que tem uma linha editorial mais à direita, viu uma queda de 99% em seus fundos de publicidade, passando de R$ 6,6 milhões no último ano de Bolsonaro para R$ 90 mil no primeiro ano de Lula.
Os jornalistas representantes dos veículos com linha editorial mais alinhada à esquerda também foram convidados para um café da manhã no Palácio do Planalto em fevereiro de 2023. Na ocasião, o presidente recebeu jornalistas de 41 veículos de mídia, apresentados como “independentes” ou “alternativos” pela Presidência da República.
No entanto, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) não comentou sobre a mudança no padrão de pagamentos publicitários quando questionada pelo Poder360. Em uma nota anterior sobre publicidade federal, a assessoria do órgão afirmou que a veiculação segue critérios técnicos e não comentaria comparativos com o governo anterior.
O Poder360 também recebeu publicidade estatal federal nos últimos anos, embora a maior parte de sua receita publicitária venha de parceiros comerciais privados. A audiência do Poder360 varia de 7 milhões a 10 milhões de visitantes únicos, superando todos os outros veículos jornalísticos nativos digitais no Brasil que cobrem assuntos relacionados ao poder.