Foto: Reprodução/Instagram/@renato_carian
Além do influenciador fitness, outras quatro pessoas foram denunciadas pelo crime. PF acusa grupo de usar empresa para emitir notas falsas de venda de produtos a multinacionais farmacêuticas e desviar insumos para a produção de cocaína e crack para facção criminosa.
A Justiça de Diadema, no ABC Paulista, acolheu a denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo e tornou réu o influenciador fitness Renato Cariani por suspeita de tráfico de drogas. Além dele, outras quatro pessoas também foram denunciadas pelo crime: Roseli Dorth, Fabio Spinola Mota, Andreia Domingues Ferreira e Rodrigo Gomes Pereira.
Cariani é acusado pela Polícia Federal de usar uma empresa para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas. Mas os insumos não iam para essas empresas. Eles eram desviados para a fabricação de cocaína e crack, drogas que, de acordo com a investigação, abasteciam uma rede criminosa de tráfico internacional comandada por facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Renato tem mais de 7 milhões de seguidores no Instagram e é sócio com Roseli da Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda. , empresa para venda de produtos químicos em Diadema, Grande São Paulo. Segundo a PF, eles teriam conhecimento e participavam diretamente do esquema criminoso. A investigação informa ter provas do envolvimento deles a partir de interceptações telefônicas feitas com autorização judicial de conversas e trocas de mensagens.
Segundo o MP, os réus, “pelo menos sessenta vezes, produziram, venderam e forneceram, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, mais de doze toneladas de produtos químicos destinados à preparação de drogas”.
Também teriam dissimulado “os valores provenientes dos crimes de tráfico de drogas acima noticiados, por meio de depósitos em espécie realizados por interpostas pessoas, convertendo em ativo lícito o montante aproximado de R$ 2.407.216,00”.
A decisão do TJ dá prazo de dez dias para os réus apresentarem suas defesas. Como medida cautelar, ficou estabelecido que todos os cinco devem entregar os passaportes em 24 horas e estão proibidos de sair do país.
O g1 entrou em contato com a defesa do influencer e de Roseli, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
No fim de janeiro deste ano, após dez meses de investigações, a Polícia Federal (PF) de São Paulo concluiu o inquérito contra o influenciador por suspeita de desvio de produtos químicos para a produção de toneladas de drogas para o narcotráfico.
O relatório final terminou com o indiciamento dele e de mais dois amigos pelos crimes de tráfico equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A investigação não pediu as prisões dos três indiciados. Todos respondem em liberdade. A conclusão da PF foi encaminhada para o Ministério Público Federal (MPF), que poderá ou não denunciar o grupo pelos crimes. Caberá depois à Justiça Federal decidir se o trio deverá ser julgado pelas eventuais acusações. Caso sejam condenados, poderão ser presos.
g1