A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo (Semil), Natália Resende, esteve nesta sexta-feira (12/9) em Peruíbe, no litoral sul do estado, para acompanhar as obras emergenciais que buscam frear o avanço do mar em Barra do Una. A iniciativa integra as medidas do governo estadual para reduzir os impactos da erosão costeira, que coloca em risco a comunidade local e ameaça a vegetação de restinga.
As intervenções, já em fase de conclusão, estão sendo realizadas pela SP Águas, agência vinculada à Semil. O projeto prevê a construção de um enrocamento de 260 metros de extensão, formado por grandes blocos de rocha (alguns chegando a pesar até 1 tonelada) ao longo da estrada da Barra do Una. A estrutura tem como objetivo reforçar a proteção da via e das moradias situadas na área.
Como as obras na costa de SP foram motivadas?

A principal motivação para as obras é o crescente fenômeno de erosão costeira que ameaça não apenas as edificações, mas também a vegetação nativa de restinga, crucial para a biodiversidade local. A movimentação natural das barras do Rio Una, juntamente com eventos climáticos extremos, contribui para acelerar o processo de desgaste das praias e margens.
- Erosão costeira: A perda contínua de areia em trechos da praia tem gerado insegurança para moradores e pescadores, ameaçando engolir casas e edificações.
- Eventos climáticos extremos: A ocorrência de eventos climáticos intensos nos últimos anos tem acelerado o processo de erosão.
- Mudanças climáticas: O aumento do nível do mar, um efeito das mudanças climáticas, intensifica a erosão e o avanço da água sobre a orla.
- Perda de vegetação: O avanço do mar tem impactado e ameaçado a vegetação de restinga, que é importante para a estabilidade da costa.
- Proteção de infraestrutura: As obras visam proteger a estrada de acesso, postes de energia e as casas de moradores que estão em risco devido ao avanço do mar e às ressacas.
- Plano de Adaptação e Resiliência Climática: As intervenções fazem parte de um plano maior do governo do estado de São Paulo, que prevê ações para a proteção de zonas costeiras e para o enfrentamento sustentável dos problemas ambientais.
Quais são as estratégias implementadas contra a erosão?
Para conter os efeitos da erosão, foi implementada uma estrutura de enrocamento ao longo da estrada que margeia a costa. Essa barreira envolve o uso de rochas gigantes, que funcionam como uma defesa robusta contra as forças erosivas do mar. Antes mesmo da instalação dessas barreiras, foram realizadas melhorias significativas nas vias de acesso, para facilitar o transporte dos materiais necessários.
- Obras de contenção: Implementação de barreiras de proteção e estruturas como muros de enroncamento, que utilizam blocos de pedras para estabilizar a linha da costa. Um exemplo é a obra em andamento na Barra do Una, em Peruíbe, com a construção de uma barreira de 200 metros para proteger a estrada e as casas locais.
- Monitoramento e pesquisa: Uso de tecnologia como drones e câmeras de baixo custo para capturar imagens aéreas e coletar dados detalhados sobre a erosão. Essas informações são usadas para compreender o processo de avanço do mar e planejar ações eficazes.
- Plano de Adaptação e Resiliência Climática: Elaboração de um plano que estabelece diretrizes e ações permanentes para o enfrentamento sustentável do problema, com um eixo específico voltado para a preservação das zonas costeiras.
- Estudos técnicos e mapeamento de risco: Realização de estudos e atualização de mapas de risco de erosão costeira e inundação, como os realizados pelo Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) em parceria com outras instituições.
- Parcerias com municípios e comunidades: Colaboração com prefeituras e a participação de moradores locais, especialmente comunidades tradicionais, que auxiliam no monitoramento visual e fornecem informações valiosas sobre as alterações observadas na costa.
- Reassentamento de famílias: Possibilidade de realocação de famílias que vivem em áreas de risco para locais mais seguros dentro da própria unidade de conservação, como é o caso na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Barra do Una.
Como a comunidade participa das soluções?

A inserção da comunidade local no processo de monitoramento e na execução de estratégias tem sido vital. Moradores relatam alterações e contribuem com informações valiosas para os técnicos que conduzem os projetos. Além disso, a Fundação Florestal tem desempenhado um papel essencial ao utilizar tecnologias como drones para observar e capturar o panorama complexo da erosão costeira, auxiliando na identificação das áreas mais vulneráveis.
A colaboração vai além da simples execução de obras; ela inclui o desenvolvimento de um plano abrangente de adaptação. Este plano contempla diretrizes para a gestão sustentável e contínua da costa, levando em consideração tanto os conhecimentos científicos quanto as práticas tradicionais locais. A expectativa é de que, com a conclusão das obras, tanto a proteção das habitações quanto a preservação do meio ambiente sejam asseguradas, contribuindo para a resiliência da região contra as mudanças climáticas.
Essas medidas fazem parte de um esforço mais amplo para estabelecer um padrão de proteção costeira capaz de enfrentar desafios futuros. Com a orientação e supervisão de órgãos ambientais e a participação ativa da comunidade local, espera-se que as soluções implantadas em Barra do Una sirvam de modelo para outras regiões que enfrentam problemas semelhantes.
FAQ sobre obras no litoral de SP
- Quais são as principais consequências do avanço do mar? As consequências incluem a erosão das praias, perda de habitat natural, ameaça à vegetação de restinga e riscos às construções e infraestruturas próximas à costa.
- Como as mudanças climáticas influenciam a erosão costeira? As mudanças climáticas podem aumentar a frequência e a intensidade de eventos extremos, como tempestades e ressacas, acelerando processos erosivos e alterando dinâmicas naturais das barras de rios.
- Quais são as tecnologias utilizadas no monitoramento do litoral? Além de drones para capturar imagens aéreas detalhadas, são utilizadas técnicas de sensoriamento remoto e análises geotécnicas para compreender os processos em curso e planejar intervenções efetivas.
- Qual é o papel da Fundação Florestal nesses projetos? A Fundação Florestal atua na gestão ambiental, implementando soluções baseadas na natureza e apoiando o desenvolvimento de planos de adaptação que envolvem a comunidade local.