O prefeito Eduardo Paes (PSD) sancionou a lei que institui a Zona Sudoeste no Rio de Janeiro e mudanças na Barra da Tijuca. A proposta havia sido aprovada pela Câmara de Vereadores em 2ª discussão no dia 14 do mês passado.
A nova denominação abrange bairros que vão da Barra da Tijuca a Grumari, incluindo também Recreio dos Bandeirantes, Jacarepaguá, Praça Seca e Vila Valqueire. A lei foi publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (9/9), seguida por uma lei complementar que trouxe o mapa detalhado da região recém-criada.
Por que criar a Zona Sudoeste?

A aprovação desse projeto, de autoria do vereador Doutor Gilberto, busca reorganizar geograficamente áreas de planejamento, sem alterar a estrutura administrativa da Prefeitura do Rio de Janeiro. Especificamente, a nova Zona Sudoeste abrange bairros da Área de Planejamento 4 (AP-4), distinta da Área de Planejamento 5 (AP-5), onde ficam localidades como Campo Grande e Santa Cruz. A decisão, como descrita pelo vereador, tem como objetivo fomentar um desenvolvimento mais equilibrado e eficiente na ocupação e uso do solo nas regiões envolvidas.
A discussão sobre a criação da Zona Sudoeste não foi homogênea entre os vereadores. O vereador Pedro Duarte expressou preocupações que refletem dúvidas e receios de parte da população. Ele destacou o potencial impacto negativo na coesão social e a percepção de que áreas como a Barra da Tijuca poderiam querer se desassociar do restante da Zona Oeste. Essa concepção levanta questões sobre a fragmentação e a necessidade de um esforço contínuo para fortalecer a integração dos bairros do Rio de Janeiro, um desafio em metrópoles grandes e diversas.
- Objetivo da mudança: O principal argumento para a criação da Zona Sudoeste é otimizar a gestão pública. Ao tratar a região como uma unidade, a prefeitura pode planejar investimentos e serviços de forma mais focada e eficiente para atender às demandas específicas de uma área que teve um grande crescimento nas últimas décadas.
- Bairros afetados: A nova Zona Sudoeste engloba bairros que antes pertenciam à Zona Oeste. Os principais são Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Vargem Grande, Vargem Pequena, Itanhangá, Joá, Grumari, Camorim e toda a área de Jacarepaguá (incluindo Anil, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia, Gardênia Azul, Pechincha, Taquara, etc.).
- Impacto no IPTU: A prefeitura garantiu que a criação da nova zona não resultará em aumento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). A justificativa é que a divisão não altera as regiões administrativas nem as Áreas de Planejamento (AP4), que são usadas para o cálculo do imposto.
- Críticas: Nem todos os parlamentares concordaram com a decisão. O vereador Pedro Duarte (Novo) criticou o projeto, argumentando que a mudança fragmenta a cidade, que já possui um sistema de divisão oficial por Áreas de Planejamento. Ele defende que o esforço deveria ser para integrar a cidade, e não para criar novas divisões.
- Efeito administrativo e simbólico: Inicialmente, a mudança é mais simbólica e administrativa do que prática no dia a dia do cidadão. A nova lei formaliza uma identidade que já era percebida por milhões de moradores dos bairros da região.
Quais os bairros envolvidos na mudança?
Os bairros que agora compõem a Zona Sudoeste são bem diversos e incluem: Barra da Tijuca, Itanhangá, Joá, Recreio dos Bandeirantes, Camorim, Vargem Pequena, Vargem Grande, Grumari, Jacarepaguá, Gardênia, Anil, Curicica, Cidade de Deus, Freguesia, Pechincha, Taquara, Tanque, Praça Seca, Vila Valqueire e Barra Olímpica. Cada um destes bairros possui características únicas, que vão desde a predominância residencial até importantes áreas de lazer e comércio. Esta diversidade é um dos aspectos que a nova classificação busca respeitar e organizar.
A criação da Zona Sudoeste vem acompanhada de expectativas variadas. De acordo com o proponente da lei, não haverá incremento nos custos para a Prefeitura, uma vez que a alteração é principalmente nominativa. Ainda assim, a implementação dessa mudança poderá requerer futuros ajustes em planejamentos urbanos, promovendo uma gestão mais direcionada e eficaz para essas áreas que residem sob um novo nome. Monitorar os efeitos dessa mudança será crucial para garantir que ela atenda aos objetivos de melhora da gestão e urbanização, sem ignorar as percepções sociais e culturais dos residentes locais.

FAQ sobre nova divisão da Barra da Tijuca
- Por que a criação da Zona Sudoeste é relevante para os moradores? A criação pode promover um desenvolvimento mais focalizado, beneficiando a infraestrutura e os serviços públicos específicos à realidade dos bairros envolvidos.
- Essa mudança afetará os impostos locais, como o IPTU? De acordo com os proponentes da lei, a criação da Zona Sudoeste não implica em mudanças nos impostos, sendo uma alteração essencialmente nominativa e de planejamento.
- Haverá alguma mudança imediata percebida pelos moradores? No imediato, a alteração é mais geográfica e administrativa, mas pode influenciar positivamente futuras políticas públicas na região.
- Existe alguma resistência à criação da Zona Sudoeste? Sim, alguns vereadores e setores da população expressaram preocupação com a possível fragmentação social que a nova divisão pode causar.
À medida que o Rio de Janeiro continua a crescer e evoluir, a reclassificação de suas regiões administrativas, como visto com a criação da Zona Sudoeste, representa um passo significativo na adaptação às suas novas realidades demográficas e urbanas. A receptividade a essas divisões e a maneira como influenciam a administração urbana continuará a ser um tópico de interesse e importância para os cariocas.