Stonehenge, um dos ícones pré-históricos mais conhecidos do mundo, localiza-se na Planície de Salisbury, na Inglaterra. Este monumento composto por enormes pedras tem sido fonte de fascínio e de debates intensos entre arqueólogos e historiadores há séculos. O mistério sobre como as pedras massivas foram transportadas, algumas de locais a centenas de quilômetros de distância, tem estimulado uma série de teorias, entre elas a influência de geleiras. Entretanto, descobertas recentes indicam que humanos podem ter desempenhado um papel crucial nesse transporte difícil.
No início dos anos 1990, uma teoria amplamente aceita sugeria que as rochas de Stonehenge foram movidas para perto de seu local atual por uma geleira. Essa hipótese foi baseada em parte no Newall Boulder, um fragmento de rocha encontrado na área. Contudo, este conceito está sendo desafiado por um novo estudo, o qual sugere que as rochas não foram movidas por forças naturais, mas sim por mãos humanas.
O que o novo estudo diz sobre Stonehenge?
O novo estudo examina o Newall Boulder, cujo desgaste superficial anteriormente havia sido interpretado como evidência de transporte glacial. No entanto, os pesquisadores do artigo mais recente argumentam que o desgaste observado poderia ter sido causado por intempéries e não necessariamente por fenômenos glaciais. Eles identificaram características no fragmento que são semelhantes às rochas encontradas em Craig Rhos-y-felin, um afloramento rochoso no País de Gales, sugerindo que esse local poderia ter sido uma fonte das pedras azuis de Stonehenge.
Dessa forma, a pesquisa aponta que a abrasão subglacial associada ao Newall Boulder não é suficiente para confirmar o transporte glacial das pedras. Esse argumento fornece uma nova perspectiva sobre o mistério dos movimentos geológicos na Inglaterra pré-histórica, reforçando a ideia de uma transferência ativa feita pelos primeiros habitantes da região.
- Descarte da teoria glacial: A nova pesquisa refuta a teoria de que as pedras de Stonehenge foram transportadas por geleiras.
- Transporte humano: O estudo reforça a hipótese de que as pedras foram transportadas por comunidades neolíticas há mais de 5.000 anos.
- Evidências: A análise de uma rocha conhecida como “Newall Boulder” confirmou que ela não apresenta marcas exclusivas de transporte glacial, mas sim de intemperismo natural.
- Origem e distância: As “pedras azuis” foram extraídas em Gales, a mais de 200 km do local do monumento. Já a “Pedra do Altar” pode ter vindo do nordeste da Escócia, uma distância de mais de 700 km.
- Nível de organização: O transporte de pedras tão pesadas por centenas de quilômetros demonstra um notável nível de planejamento e organização por parte dos povos neolíticos.
- Detalhes do transporte: O estudo sugere que, embora a forma exata de transporte ainda seja desconhecida, os povos neolíticos tinham a capacidade técnica para mover as pedras, possivelmente usando cordas e trenós.
Como as pedras foram transportadas?
Se as pedras não foram movidas por geleiras, como então foram transportadas? De acordo com os novos achados, é possível que os construtores de Stonehenge utilizaram uma combinação de técnicas para mover as pedras gigantescas. Entre estas, o método que mais se destaca é o uso de trineos de madeira para arrastar as pedras ao longo de trilhas de toras, um processo que em teoria seria capaz de lidar com pesos tão maciços. Exemplos de métodos semelhantes foram documentados em outros monumentos antigos em todo o mundo.
A investigação também sugere que tal empreendimento teria necessitado de uma organização social complexa, com trabalho comunitário coordenado em grande escala. Este cenário não apenas demonstra a capacidade tecnológica dos povos antigos da Britânia, mas também sua habilidade em mobilizar grandes grupos para atingir um objetivo comum.
Qual o impacto das novas descobertas?
O estudo sobre a construção de Stonehenge, alimentado pelas novas evidências sobre o Newall Boulder, renova o debate sobre o envolvimento humano em seu transporte. Ainda que a hipótese do transporte glacial não seja mais amplamente aceita, a teoria de que humanos moveram as pedras levanta perguntas sobre as técnicas específicas e as operações logísticas envolvidas. Além disso, estudos continuados podem providenciar maior clareza sobre as vidas e labutas das pessoas que criaram este monumento icônico há milhares de anos.
O impacto de novas descobertas como esta segue redefinindo nosso entendimento sobre as civilizações antigas e convida pesquisadores a revisitar previamente aceitas noções. Stonehenge continua a ser um campo de estudo fascinante, unindo ciência, história e arqueologia em uma busca interminável por respostas.
FAQ sobre Stonehenge
- Por que Stonehenge foi construído? O propósito exato do Stonehenge ainda é desconhecido, mas acredita-se que ele possa ter servido como local de reuniões religiosas, funerais ou um calendário astronômico.
- Quantas pedras compõem Stonehenge? Originalmente, Stonehenge continha cerca de 80 pedras, embora muitas tenham sido removidas ou danificadas ao longo dos séculos.
- Como os antigos britânicos ergueram as pedras? As pedras de Stonehenge foram erguidas usando rampas e andaimes de madeira primitiva, além de possíveis mecanismos de alavanca.
- Qual é a precisão astrológica de Stonehenge? Stonehenge está alinhado de maneira a marcar eventos astronômicos significativos, como os solstícios de verão e inverno, refletindo avanços e compreensões astronômicas de seus construtores.
