Nos últimos tempos, a fala sobre saúde mental tem sido cada vez mais frequente, especialmente entre figuras públicas. Um exemplo marcante é o do humorista e influenciador digital Whindersson Nunes. Na última quarta-feira (30/7), em uma conversa reveladora com a psicóloga Pamela Magalhães no podcast “Parece Terapia”, Whindersson abriu o coração sobre suas vivências emocionais após enfrentar duras perdas e desafios pessoais. A morte do filho João Miguel, um momento particularmente traumático, e sua consequente internação psiquiátrica por escolha própria, são capítulos dolorosos de sua história que ele compartilhou com o público.
O relato de Whindersson começa com a perda de seu filho em maio de 2021. João Miguel nasceu prematuro, fruto de seu relacionamento com Maria Lina, e faleceu apenas dois dias após o nascimento. Esse evento não só abalou Whindersson profundamente, como também se tornou um ponto de inflexão em sua vida, obrigando-o a encarar a dor do luto de maneira muito pessoal e específica. Em suas palavras, a infantilidade alheia e a falta de entendimento sobre o luto só agravaram a situação, com pessoas minimizando sua dor com comentários inoportunos sobre a possibilidade de ter outros filhos.
Como Whindersson Nunes enfrentou seus desafios pessoais?
A linha entre o "remédio" e a "droga" é mais tênue do que parece.@whindersson jogou essa real no quadro PARECE TERAPIA com a Pamela Magalhães, e não tem como sair ileso.
— centralwhindsz (@centralwhindsz) July 31, 2025
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Em fevereiro deste ano, buscando melhor entender e cuidar de sua saúde mental, Whindersson optou por uma internação voluntária em uma clínica psiquiátrica no interior de São Paulo. Essa decisão, comunicada inicialmente por sua produtora, visava alcançar um equilíbrio emocional mais robusto e um bem-estar geral. Durante algumas semanas de internação, que se estenderam até o fim de março, ele contou com o suporte de uma equipe médica que relatou sua boa evolução ao longo do tratamento.
Whindersson descreve um certo conforto na solitude. Ele admite que, em momentos de extrema dificuldade, prefere o silêncio e o recolhimento, ao invés da tentativa de terceiros em consolá-lo ou distraí-lo. “Fico bem sozinho”, explica, demonstrando como o ato de estar consigo mesmo pode ser um poderoso remédio para suas dores mais profundas.
1. Luto pela perda do filho
- Dor da perda: Em maio de 2021, Whindersson e sua ex-noiva Maria Lina perderam o filho João Miguel, que nasceu prematuro e viveu por apenas dois dias. A perda foi um golpe profundo e ele tem falado abertamente sobre a dor e o luto que sentiu.
- Rejeição de clichês: Whindersson expressou sua frustração com frases como “você terá outro filho”, enfatizando que a dor não se apaga com a possibilidade de ter outra criança, pois o desejo era o filho que ele perdeu.
- Isolamento: Em momentos de dor, ele prefere a solitude, pois, segundo ele, as pessoas muitas vezes se esforçam para tirá-lo de um momento que ele precisa vivenciar sozinho.
2. Questões de saúde mental e internação
- Luta contra a depressão: Whindersson tem sido um porta-voz importante sobre a depressão, revelando que luta contra a doença há anos e que isso o levou a se afastar dos palcos em alguns momentos.
- Internação psiquiátrica: Recentemente, ele se internou voluntariamente em uma clínica psiquiátrica para tratar sua saúde mental, incluindo o vício em bebidas alcoólicas. Essa decisão foi amplamente apoiada por sua família, que reforça a importância de priorizar o bem-estar mental.
- Diagnóstico de superdotação: Durante a internação, Whindersson recebeu o diagnóstico de superdotação. Ele explica que isso o ajudou a entender traços como a compulsividade e impulsividade, que muitas vezes o levam a agir “tudo é agora, tudo é na hora”. O diagnóstico se tornou uma ferramenta de autoconhecimento para melhorar sua vida e lidar melhor com esses traços.
3. Uso da arte e do humor como válvula de escape e conscientização
- Ressignificação da dor: O humorista utiliza suas experiências pessoais, incluindo o luto e os desafios com a saúde mental, em seus shows de stand-up, como “Isso Definitivamente Não é um Culto”. Essa abordagem permite que ele processe suas dores e, ao mesmo tempo, crie uma conexão profunda com o público, normalizando discussões sobre temas delicados.
- Música como expressão: Ele também usa a música como forma de expressar seus sentimentos, como na canção “Girassol”, que aborda a busca por cura e o desejo de ajudar o próximo.
- Conscientização: Ao falar abertamente sobre seus desafios, Whindersson contribui para a desmistificação de problemas de saúde mental e incentiva outras pessoas a buscarem ajuda.
4. Novos desafios e disciplina
- Boxe: Whindersson tem se dedicado ao boxe profissional, o que exige um alto nível de treinamento e disciplina. Mesmo com derrotas, ele vê o esporte como uma oportunidade de crescimento pessoal e superação.
- Priorização do bem-estar: Ele tem demonstrado um compromisso com o próprio bem-estar, buscando um equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, e priorizando sua saúde acima da pressão por visibilidade ou engajamento.
Como o humorista lida com o luto?

No podcast, Whindersson discutiu a falta de compreensão que enfrentou diante da tragédia de perder um filho. “As pessoas vêm e dizem que posso ter outro”, disse ele, o desconforto claro em sua voz enquanto narrava essas experiências. A realidade do luto, como ele aponta, não pode ser mitigada simplesmente substituindo a perda. Para Whindersson, o luto é uma parte inerente da conexão que tinha e sempre terá com João Miguel. Não se trata apenas da ausência física da criança, mas da lacuna emocional que essa perda tragicamente criou.
- A perda irreparável: A morte de João Miguel não é uma experiência que pode ser trocada ou esquecida. A profundidade da dor reflete o amor e o vínculo que Whindersson e Maria Lina tinham para com seu filho.
- Resiliência e aceitação: Apesar da dor, Whindersson fala sobre resiliência. A busca por compreensão do que não pode ser mudado faz parte de seu processo de aceitação.
Qual o papel da saúde mental na vida de Whindersson Nunes?
A saúde mental tem sido um tema central na vida pública e privada de Whindersson nos últimos anos. Em diversas ocasiões, ele falou abertamente sobre a depressão e os impactos profundos que a doença teve em sua vida. Além da internamento, explorou várias modalidades de tratamento e autocuidado, como terapia, uso de medicação adequada e práticas alternativas, como ioga, para auxiliar sua recuperação. A determinação de Whindersson em continuar falando abertamente sobre seus desafios com saúde mental visa romper o estigma e incentivar outros a buscar ajuda quando necessário.

Este envolvimento ativo com o tratamento de sua saúde mental e a escolha de ser transparente sobre esses aspectos sublinha um desejo claro de Whindersson de criar um diálogo honesto e aberto sobre o tema em sua plataforma pública. Ressalta-se a importância de reconhecer os próprios limites e aceitar que buscar apoio psicológico é uma ação de coragem, não de fraqueza.
Whindersson Nunes, através de sua jornada de recuperação e descoberta pessoal, oferece ao público uma visão sobre a importância das discussões sobre saúde mental. Ele continua a inspirar muitos, não apenas com seu talento e humor, mas também com sua resiliência e sinceridade ao enfrentar as adversidades. Ao compartilhar suas dores e processos, Whindersson destaca que, embora a vida apresente desafios imensos, há caminhos para a cura e o crescimento.