A brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foi encontrada morta após sofre um acidente durante uma trilha no vulcão Rinjani, localizado na ilha de Lombok, Indonésia. O caso ganhou destaque internacional e levantou discussões sobre segurança em trilhas e procedimentos de resgate em áreas de difícil acesso. Nesta sexta-feira (27/6), o laudo da autópsia, divulgado em Bali, esclareceu as causas do falecimento e trouxe detalhes importantes sobre o que ocorreu após o acidente.
De acordo com informações oficiais, a jovem, ela realizava um mochilão pela Ásia e participava de uma expedição turística organizada por uma empresa local. Durante o percurso, ela escorregou e caiu em uma vala, percorrendo uma distância significativa até parar, distante do grupo com o qual estava. O acidente aconteceu em uma região de difícil acesso, o que dificultou as tentativas de resgate.
Qual a causa da morte de Juliana Marins?
🚨VEJA: Manoel, pai de Juliana Marins, afirma que vai acompanhar a necropsia do corpo da filha na Indonésia e obter o atestado de óbito para, enfim, conseguir realizar o velório no Brasil. pic.twitter.com/vJw8g8B3IA
— CHOQUEI (@choquei) June 27, 2025
O exame realizado no Hospital Bali Mandara apontou que a brasileira Juliana Marins morreu em decorrência de trauma contundente, que provocou lesões graves em órgãos internos e resultou em hemorragia intensa. O laudo detalhou a presença de múltiplas fraturas, especialmente no tórax, costas, coluna e coxas. Segundo o médico forense responsável, esses ferimentos causaram danos significativos, levando a um sangramento abundante, principalmente nas regiões do tórax e abdômen.
Além disso, a análise descartou hipóteses de morte por hipotermia, já que não foram encontrados sinais típicos dessa condição, como lesões nas extremidades dos dedos. Os especialistas também observaram que não havia indícios de que a morte tenha ocorrido muito tempo após o acidente, pois não foram identificados sinais de processos lentos, como hérnia cerebral ou retração dos órgãos.
“Por exemplo: havia um ferimento na cabeça, mas nenhum sinal de hérnia cerebral. A hérnia cerebral geralmente ocorre de várias horas a vários dias após o trauma. Da mesma forma, no tórax e no abdômen, houve sangramento significativo, mas nenhum órgão apresentou sinais de retração que indicassem sangramento lento. Isso sugere que a morte ocorreu logo após os ferimentos”, explicou o especialista.
Como foi o resgate e quais desafios foram enfrentados?
Após o acidente, as operações de resgate enfrentaram obstáculos devido às condições climáticas adversas na região do vulcão Rinjani. O salvamento precisou ser interrompido em alguns momentos, o que prolongou o tempo até que a vítima fosse localizada. Informações iniciais sugeriam que a brasileira teria recebido socorro imediato, mas familiares negaram esse dado, afirmando que ela aguardou o resgate por quatro dias.
- O acesso ao local era restrito e perigoso, exigindo preparo especializado das equipes de busca.
- As condições meteorológicas, como chuva e neblina, dificultaram a mobilidade e a visibilidade dos socorristas.
- O corpo foi encontrado apenas dias após o acidente, já sem sinais vitais.
O médico forense estimou que a morte ocorreu cerca de 20 minutos após os ferimentos, embora o horário exato não tenha sido determinado. O corpo foi preservado em câmara fria até a realização da autópsia, o que auxiliou na análise dos sinais de trauma e rigidez cadavérica.
Quem era a brasileira e qual seu histórico?

Juliana Marins era natural de Niterói, no Rio de Janeiro, e formada em comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atuava como publicitária e possuía experiência em grandes empresas do setor de mídia, incluindo passagens por canais do Grupo Globo. Além da carreira profissional, Juliana também era conhecida por sua atuação artística como dançarina de pole dance, compartilhando suas apresentações e viagens nas redes sociais, onde acumulava mais de 20 mil seguidores.
Durante sua trajetória, Juliana participou de cursos de fotografia, roteiro e direção de cinema, demonstrando interesse por diversas áreas criativas. A viagem à Ásia fazia parte de um projeto pessoal de conhecer novas culturas e registrar experiências em diferentes países, o que era frequentemente documentado em suas plataformas digitais.
Formação e Carreira:
- Ela era formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
- Em sua trajetória profissional, atuou em empresas do Grupo Globo, como Multishow e Canal Off, nas áreas de produção e conteúdo.
- Também trabalhou na agência de marketing Mynd e no evento Rio2C, focado na indústria criativa.
- Além de sua carreira na publicidade, Juliana era dançarina profissional de pole dance, atividade que também compartilhava em seus perfis nas redes sociais.
- Ela também já havia cursado Direito e atuou como voluntária na comunicação da ONG TETO, que constrói moradias para pessoas em situação de vulnerabilidade social no Rio de Janeiro.
Quais cuidados são recomendados para trilhas em vulcões?
Trilhas em áreas de vulcões, como o Rinjani, exigem atenção redobrada devido aos riscos naturais do terreno e às mudanças climáticas repentinas. Para garantir maior segurança, especialistas recomendam algumas medidas essenciais:
- Contratar guias experientes e empresas credenciadas para a realização do passeio.
- Utilizar equipamentos adequados, como calçados antiderrapantes e roupas apropriadas para o clima.
- Manter-se sempre próximo ao grupo e seguir as orientações dos responsáveis pela trilha.
- Verificar as condições meteorológicas antes de iniciar o percurso.
- Levar itens de primeiros socorros e meios de comunicação de emergência.
O caso da brasileira Juliana Marins ressalta a importância de planejamento e preparo ao realizar atividades em ambientes naturais desafiadores. O episódio também evidencia a necessidade de protocolos de resgate eficientes e a conscientização sobre os perigos envolvidos em trilhas de alta complexidade.