Nos últimos anos, o uso de medicamentos para emagrecimento, como Ozempic, Mounjaro e Wegovy, tem chamado atenção não apenas pelos resultados na balança, mas também por efeitos colaterais inesperados. Um desses efeitos, popularmente conhecido como “vagina de Ozempic”, tem sido relatado com frequência crescente em consultórios ginecológicos. O termo, que surgiu nas redes sociais, descreve alterações na região íntima feminina após a perda rápida de peso promovida por esses fármacos.
O fenômeno ocorre devido à redução da gordura subcutânea em todo o corpo, incluindo áreas como os grandes lábios e o monte de vênus. Essa diminuição do tecido adiposo pode resultar em mudanças visíveis no contorno da vulva, levando à flacidez e à perda de sustentação natural. Além do aspecto estético, muitas mulheres relatam desconforto físico e impacto na autoestima, principalmente ao usar roupas justas ou durante atividades físicas.
Por que a “vagina de Ozempic” aparece?

A expressão “vagina de Ozempic” refere-se às transformações anatômicas na região íntima feminina decorrentes da perda acelerada de gordura causada por medicamentos para emagrecer. Esses remédios atuam principalmente reduzindo o apetite e retardando o esvaziamento gástrico, o que leva à diminuição do peso corporal de forma generalizada. Como consequência, o volume de gordura que antes preenchia os grandes lábios e o monte de vênus diminui, deixando a área mais flácida e, em alguns casos, com sensação de “vazio”.
Apesar de o termo ser recente, a relação entre emagrecimento rápido e alterações na estética íntima já era observada em pacientes que passaram por cirurgias bariátricas ou dietas restritivas. A diferença agora é a popularização dos medicamentos injetáveis, que aceleram o processo e tornam o fenômeno mais comum. Importante destacar que, até o momento, não há evidências de que esses remédios provoquem alterações hormonais diretas na lubrificação vaginal ou na função sexual.
- Perda de Volume e Elasticidade: A perda rápida de peso pode levar à diminuição da gordura subcutânea na área vaginal e dos lábios vaginais (grandes e pequenos lábios). Essa gordura e, em alguns casos, a perda de musculatura, são importantes para manter o volume, a elasticidade e a firmeza da região. Quando essa sustentação diminui, a pele pode ficar mais flácida, enrugada ou “murcha”.
- Flacidez dos tecidos: A perda de peso acentuada pode resultar em flacidez da pele em várias partes do corpo, e a região vaginal não é exceção. Isso pode levar a uma sensação de “frouxidão” ou diminuição da firmeza.
- Ressecamento Vaginal: Embora não haja estudos definitivos que comprovem uma ligação direta entre o Ozempic e o ressecamento vaginal, alguns fatores podem contribuir para isso:
- Desidratação: Efeitos colaterais gastrointestinais do Ozempic, como náuseas, vômitos e diarreia, podem levar à desidratação crônica, que por sua vez pode causar ressecamento em mucosas, incluindo a vaginal.
- Alterações hormonais: A perda de peso rápida pode, em alguns casos, influenciar o equilíbrio hormonal, o que também pode afetar a lubrificação vaginal.
- Infecções: Alguns relatos sugerem que a semaglutida pode alterar o microbioma intestinal, o que, por sua vez, poderia impactar a flora vaginal e aumentar a predisposição a infecções fúngicas (candidíase) ou bacterianas. No entanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar essa relação.
É um efeito direto do Ozempic?
É importante notar que a “vagina de Ozempic” não é um efeito colateral direto e listado do medicamento Ozempic em si. Em vez disso, é uma consequência da rápida e significativa perda de peso que o medicamento pode induzir. O corpo perde gordura de forma generalizada, e a região íntima, por ser composta por tecidos sensíveis à gordura e à elasticidade, pode ser afetada de forma visível ou perceptível.
Quais são os sintomas e impactos da perda de gordura na região íntima?
Além das mudanças visuais, a redução do tecido adiposo na vulva pode gerar desconfortos físicos. Entre os sintomas mais relatados estão:
- Sensação de atrito ao caminhar ou praticar exercícios;
- Desconforto durante relações sexuais;
- Vergonha ou insatisfação ao se olhar no espelho;
- Dificuldade para usar roupas mais justas devido à falta de volume na região.
Esses fatores podem afetar diretamente a autoestima e o bem-estar emocional, levando algumas mulheres a buscar alternativas para restaurar o aspecto e a funcionalidade da área íntima.
Como tratar as alterações causadas pela “vagina de Ozempic”?
Existem diferentes abordagens para quem deseja reverter ou minimizar as mudanças provocadas pela perda de gordura na região íntima. Entre as opções disponíveis em 2025, destacam-se:
- Preenchimento com ácido hialurônico: Procedimento não cirúrgico que devolve volume e melhora o contorno dos grandes lábios.
- Bioestimuladores de colágeno: Substâncias aplicadas para estimular a produção de colágeno, promovendo firmeza e sustentação.
- Cirurgias íntimas associadas à radiofrequência: Técnicas avançadas que combinam procedimentos cirúrgicos com tecnologias para melhorar a textura e o volume da vulva.
A escolha do tratamento depende das necessidades e expectativas de cada paciente, além da avaliação médica especializada. É fundamental procurar orientação profissional ao notar desconforto ou insatisfação com a aparência da região íntima.
Quando buscar ajuda médica para alterações na região íntima?
O momento ideal para procurar um especialista é quando as mudanças começam a impactar o bem-estar físico ou emocional. A saúde íntima faz parte do cuidado integral com o corpo, e existem alternativas seguras para quem deseja recuperar a autoestima e o conforto na região. O acompanhamento médico é essencial para identificar a melhor solução e garantir resultados satisfatórios.
Com o avanço dos tratamentos e o aumento da conscientização sobre o tema, cada vez mais mulheres têm acesso a informações e recursos para lidar com as transformações provocadas pelo emagrecimento rápido. O diálogo aberto com profissionais de saúde contribui para escolhas informadas e para o cuidado adequado dessa área tão importante do corpo feminino.