O mercado imobiliário brasileiro tem observado uma movimentação significativa com a realização de leilões de imóveis promovidos por grandes instituições financeiras. Nesta segunda-feira (23/6), o Itaú, em parceria com a Zuk Leilões, disponibilizou um total de 187 propriedades para venda em leilão, abrangendo diferentes regiões do país. O evento, realizado de forma online, oferece oportunidades tanto para investidores quanto para pessoas interessadas em adquirir imóveis residenciais ou comerciais a preços atrativos.
O catálogo do leilão inclui opções variadas, como apartamentos, casas, salas comerciais e terrenos. Os interessados já podem acessar a plataforma da Zuk Leilões para conferir a lista completa de lotes e realizar lances. Para participar, é necessário efetuar um cadastro gratuito no site oficial da leiloeira, garantindo acesso às informações detalhadas de cada imóvel e às condições de pagamento.
Como funciona o leilão de imóveis do Itaú e Zuk Leilões?

O processo de leilão ocorre totalmente online, permitindo que pessoas de diferentes estados participem sem a necessidade de deslocamento. Cada imóvel possui um horário específico de encerramento para os lances, o que exige atenção dos participantes para não perder a oportunidade desejada. Os valores iniciais variam bastante, com o imóvel mais acessível sendo um apartamento de 36 m² em Sapucaia do Sul (RJ), cujo lance mínimo é de R$ 49,8 mil. Já o lote de maior valor corresponde a um apartamento de 223 m² no bairro Campeche, em Florianópolis (SC).
Entre os destaques do leilão, há imóveis com descontos expressivos em relação ao valor de mercado. Um exemplo é uma casa de 105 m² em Juiz de Fora (MG), ofertada por R$ 129,1 mil, valor 66% inferior ao praticado normalmente, segundo a plataforma. As condições de pagamento são variadas: alguns lotes exigem quitação à vista, outros oferecem desconto para pagamento imediato, e há opções com parcelamento em até 78 vezes.
Quais cuidados antes de participar?
Participar de um leilão exige atenção a diversos detalhes para evitar transtornos futuros. É fundamental que o interessado estabeleça previamente um limite de valor para os lances, evitando ultrapassar a capacidade financeira e incorrer em multas por inadimplência. Além disso, recomenda-se analisar cuidadosamente todas as informações do imóvel, como documentação, estado de conservação e possíveis dívidas associadas.
1. Leitura minuciosa do Edital
O edital é a “regra do jogo” e contém todas as informações essenciais sobre o imóvel e o leilão. Leia-o com atenção redobrada, pois ele detalha:
- Localização e características do imóvel.
- Valor de avaliação e lance mínimo.
- Condições de pagamento (prazos e formas).
- Dívidas pendentes (IPTU, condomínio, taxas, etc.) e a responsabilidade por elas.
- Situação de ocupação do imóvel.
- Restrições jurídicas e eventuais processos em andamento.
- Comissão do leiloeiro (geralmente 5% sobre o valor da arrematação) e outras despesas.
2. Análise da situação jurídica do imóvel
Este é um dos pontos mais críticos. Você precisa verificar:
- Matrícula atualizada do imóvel: Solicite uma certidão atualizada no cartório de registro de imóveis para identificar quem é o real proprietário e se há ônus ou gravames, como hipotecas, penhoras, usufruto ou indisponibilidades.
- Ações judiciais: Verifique se há processos ou recursos pendentes que possam comprometer a segurança jurídica da compra ou anular o leilão. A desocupação do imóvel pode ser demorada se houver disputas judiciais.
- Dívidas: Além do que consta no edital, procure por possíveis dívidas de IPTU e condomínio que podem não estar explícitas. Embora o Código Civil e o Código Tributário Nacional prevejam que certas dívidas (como as de IPTU em leilões judiciais) são quitadas com o valor da arrematação, nem sempre isso se aplica a todas as situações ou tipos de leilão.
3. Avaliação do estado de conservação e custos adicionais
- Visita ao imóvel (se possível): Embora nem sempre seja permitida a visita interna em imóveis ocupados, tente visitar o entorno para avaliar a infraestrutura do bairro, a conservação da fachada e o valor de mercado de imóveis semelhantes na região.
- Custos de reforma: Considere que imóveis de leilão podem estar em condições precárias e exigir reformas significativas. Calcule um orçamento para esses reparos.
- Outras despesas: Além do valor de arremate e da comissão do leiloeiro, inclua no seu planejamento financeiro o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), taxas de cartório para registro do bem e eventuais custos com advogados.
4. Preparação financeira
- Defina um orçamento: Estabeleça um valor máximo que você está disposto a pagar, incluindo todos os custos extras. Evite lances impulsivos que possam comprometer suas finanças.
- Disponibilidade para pagamento: Leilões costumam exigir agilidade financeira. Em muitos casos, o pagamento precisa ser realizado em um curto prazo. Verifique as condições de financiamento, se houver, mas tenha o valor disponível ou acesso a crédito.
Quais estados participam do leilão de imóveis do Itaú?
O leilão promovido pelo Itaú e Zuk Leilões abrange imóveis em diversas regiões do Brasil. Entre os estados contemplados estão Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Essa abrangência amplia as possibilidades para quem busca imóveis em diferentes localidades, seja para moradia, investimento ou expansão comercial.
Os leilões de imóveis têm se consolidado como uma alternativa para aquisição de propriedades a preços reduzidos, especialmente em um cenário de busca por oportunidades no setor imobiliário. A participação exige atenção às regras, análise detalhada dos lotes e planejamento financeiro, fatores essenciais para garantir uma experiência segura e vantajosa.