Os drones têm se tornado uma ferramenta crucial em conflitos modernos, desempenhando funções que vão desde reconhecimento até ataques diretos. Segundo informações do Fantástico, na Ucrânia, a utilização de drones tem sido intensificada, com iniciativas locais transformando apartamentos em verdadeiras fábricas de drones militares. Esses dispositivos são montados por voluntários que adquirem peças pela internet e compartilham conhecimentos sobre sua construção e operação.
Um exemplo notável é o trabalho de Timothy, que lidera uma equipe dedicada à montagem de drones. Até o momento, sua equipe já entregou 65 drones prontos para o campo de batalha, com mais 15 encomendados. Este esforço é parte de um movimento maior, onde voluntários de diferentes nacionalidades, como um ativista americano e um matemático português, se unem para contribuir com suas habilidades.
Como os drones FPV estão sendo utilizados?
🔴🇺🇦UCRANIA/🇷🇺RUSIA – #ULTIMAHORA
— 𝑴𝒚𝒔𝒕𝒆𝒓𝒚 𝑾𝒐𝒓𝒍𝒅 𝑵𝒆𝒘𝒔 (@mysteryWN) June 3, 2025
🚨💥ESCELENTE REPRESENTACION DE LA OPERACION ARAÑA UCRANIANA
Para los que aun no sepais como consiguieron desplegar los drones ucranianos en el interior de Rusia, este video os lo aclarara. Impresionante ¿verdad?
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A reportagem mostrou que os drones do tipo FPV, ou “First Person View”, são amplamente utilizados no conflito. Esses dispositivos permitem que o operador utilize óculos de realidade virtual para guiar o equipamento até o alvo, proporcionando uma visão em primeira pessoa. Essa tecnologia é especialmente útil para atingir alvos militares com precisão, como explica Rui, um dos voluntários envolvidos na operação dos drones.
Além dos drones FPV, outros modelos também estão em uso, tanto por forças ucranianas quanto russas. Os drones Shahed, de fabricação iraniana, são um exemplo de dispositivos usados pela Rússia para atacar áreas urbanas. Esses drones são conhecidos por sua capacidade destrutiva e por operarem conectados a cabos de fibra óptica, uma estratégia para evitar interferências eletrônicas do inimigo.
1. Ataques de precisão e drones “kamikaze”:
- Armas de baixo custo e alto impacto: Os dispositivos FPV são equipados com pequenas cargas explosivas (geralmente de 1 a 2 kg, mas modelos mais avançados podem levar até 15 kg) e são pilotados por operadores em solo que usam óculos que transmitem vídeo em tempo real do drone. Isso permite uma precisão notável para atingir alvos específicos.
- Ataques a veículos blindados e infantaria: Eles são eficazes contra veículos blindados, posições de infantaria e até mesmo soldados isolados. A capacidade de voar através de janelas ou portas e detonar dentro de edifícios os torna extremamente letais.
- Operações “camufladas”: A Ucrânia tem usado táticas inovadoras, como esconder drones FPV em telhados de galpões ou dentro de caminhões, que são abertos remotamente para o lançamento, permitindo ataques surpresa a bases aéreas e outros alvos distantes. Recentemente, a Ucrânia causou um prejuízo bilionário à Rússia destruindo dezenas de aeronaves militares usando drones FPV de baixo custo.
2. Reconhecimento e vigilância:
- Inteligência em tempo real: Embora a principal aplicação dos FPVs seja o ataque, a capacidade de transmissão de vídeo em tempo real também os torna úteis para reconhecimento, fornecendo informações vitais sobre as posições inimigas e o campo de batalha.
- Monitoramento de movimentos: Eles podem ser usados para rastrear o movimento de tropas e equipamentos inimigos, auxiliando no planejamento de ataques e na defesa.
3. Guerra Eletrônica (GE) e Contramedidas:
- Desafios para a defesa: O baixo custo e a capacidade de operar em grande número tornam os drones FPV um desafio para os sistemas de defesa aérea convencionais, que são caros e projetados para alvos maiores.
- Corrida tecnológica: Ambos os lados estão em uma corrida para desenvolver contramedidas. Isso inclui o uso de sistemas de guerra eletrônica para bloquear os sinais dos drones FPV, mas também o desenvolvimento de drones mais resilientes a essas interferências.
- Evolução rápida: A velocidade da adaptação tecnológica é crucial. Drones que são eficazes em um dia podem ser neutralizados no dia seguinte devido a novas contramedidas desenvolvidas pelo inimigo.
4. Impacto estratégico e tático:
- Assimetria de custos: A capacidade de causar danos significativos com equipamentos de baixo custo é um fator que desequilibra a balança de poder e permite que forças com menos recursos compitam com exércitos maiores e mais equipados.
- Redução de riscos para operadores: Os dispositivos permitem que ataques sejam realizados a distâncias seguras, minimizando o risco para os operadores humanos.
- “Guerra de Drones”: O conflito na Ucrânia se tornou um laboratório para a “guerra de drones”, onde a inovação e a adaptação rápida de tecnologias civis para fins militares são essenciais.
- Moral das tropas: A destruição de alvos inimigos e a capacidade de retaliar com esses drones também têm um impacto positivo na moral das tropas.
Como a inteligência artificial está transformando os drones?
Para superar as interferências, engenheiros ucranianos estão investindo em inteligência artificial. Em Kiev, uma startup desenvolveu um drone que não depende de GPS, uma tecnologia suscetível a bloqueios e falsificações. O fundador da empresa, com experiência na infantaria, percebeu que muitos drones não eram adequados para o campo de batalha devido à sua dependência do GPS.
Bruno, um analista de tecnologia militar, destaca o ritmo acelerado de inovação na Ucrânia. O desenvolvimento tecnológico tem sido tão rápido que novas tecnologias são integradas ao campo de batalha em questão de semanas. Uma das tendências emergentes é a criação de drones cada vez mais autônomos, capazes de operar sem a necessidade de pilotagem à distância, que pode ser sujeita a interferências.
Quais são os desafios e avanços?

Os avanços na autonomia dos drones são impulsionados pela incorporação de inteligência artificial, permitindo que alguns modelos tomem decisões de forma independente. Dennis, engenheiro de sistemas, explica que o objetivo é equipar os drones com o máximo de poder de computação possível, reduzindo a necessidade de controle remoto.
Essa autonomia crescente levanta questões sobre o uso de drones como armas autônomas letais. Bruno observa que alguns drones já apresentam níveis de autonomia que os classificam como tais. A capacidade de operar de forma independente pode transformar significativamente a dinâmica dos conflitos, destacando a importância de regulamentações e discussões éticas sobre o uso dessas tecnologias.
O uso de drones em conflitos armados está em constante evolução, com a Ucrânia servindo como um campo de testes para novas tecnologias e estratégias. A integração de inteligência artificial e a busca por maior autonomia nos dispositivos são tendências que prometem redefinir o papel desses dispositivos em operações militares.
À medida que a tecnologia avança, é crucial considerar os impactos éticos e estratégicos do uso de drones autônomos. O desenvolvimento contínuo dessas tecnologias requer uma abordagem cuidadosa para equilibrar inovação com responsabilidade, garantindo que seu uso seja seguro e eficaz em contextos de conflito.