Na Ilha do Governador, Rio de Janeiro, a descoberta do corpo de um idoso em avançado estado de decomposição em sua própria casa gerou grande comoção. Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, de 88 anos, foi encontrado após meses, ou até anos, sem ser visto por seus vizinhos. O caso levanta questões sobre o isolamento social e a responsabilidade comunitária em áreas urbanas.
O Instituto Médico Legal (IML) não conseguiu determinar a causa exata da morte devido ao estado do corpo, mas não foram encontradas lesões traumáticas. A situação intrigante levou as autoridades a investigar as circunstâncias em que o corpo permaneceu na residência por tanto tempo sem ser descoberto.
Como os filhos do idoso estão sendo investigados?

Os filhos de Dario, que continuaram a viver na casa durante todo o período em que o corpo esteve lá, estão sob investigação. Marcelo e Tania D’Ottavio foram detidos, e suas ações levantaram suspeitas entre os vizinhos. Marcelo, em particular, exibiu comportamentos que chamaram a atenção, como declarações públicas sobre a morte do pai.
Os investigadores estão explorando a possibilidade de que problemas de saúde mental possam ter influenciado as decisões dos filhos. Marcelo foi internado em um hospital psiquiátrico, enquanto Tania foi levada para uma instituição prisional. Exames de sanidade mental foram solicitados para ambos, a fim de esclarecer suas condições psicológicas.
Qual teria sido a motivação?
Uma das linhas de investigação considera a hipótese de que os filhos tenham ocultado o corpo para continuar recebendo benefícios financeiros do idoso. Essa teoria é sustentada por relatos de que Marcelo era visto frequentemente comprando mantimentos, apesar do desaparecimento do pai. A comunidade local já havia expressado preocupações sobre o sumiço de Dario, mas a ação das autoridades só foi possível após um mandado judicial.
Além da motivação financeira, outros pontos relevantes no caso incluem:
- Ocultação de cadáver: Os filhos foram presos em flagrante por ocultação de cadáver, e há indícios de que o corpo pode ter permanecido na residência por um período que varia de seis meses a dois anos.
- Comportamento dos filhos: Vizinhos relatam discussões frequentes entre pai e filhos, e Marcelo chegou a agredir um policial durante a operação e gritar “matei meu pai”. Ambos os filhos estão passando por avaliação psiquiátrica.
- Acesso bloqueado: Os filhos impediram diversas vezes que vizinhos, policiais e funcionários da Clínica da Família tivessem acesso à residência, o que levantou suspeitas.
- Investigação em andamento: Embora o laudo pericial preliminar descarte morte violenta, a causa da morte ainda não foi determinada devido ao avançado estado de decomposição do corpo. A polícia continua investigando se o caso pode configurar também homicídio.
Qual o impacto do caso?
A Polícia localizou o corpo de Dario Antonio Raffaele D’Ottavio, 88, em avançado estágio de decomposição em um dos quartos da sua residência na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro RJ; dois irmãos foram presos por supostamente estarem recebendo o benefício do idoso. pic.twitter.com/PjL36W9AoE
— Popular News (@PopularNewsBR) May 21, 2025
O caso de Dario D’Ottavio trouxe à tona discussões sobre a importância da vigilância comunitária e da comunicação com as autoridades em situações suspeitas. A descoberta tardia do corpo levanta questões sobre como a sociedade pode apoiar melhor os idosos que vivem sozinhos ou em situações de isolamento.
Enquanto as investigações continuam, a comunidade da Ilha do Governador reflete sobre a necessidade de estar mais atenta aos sinais de alerta em seu entorno. A colaboração entre vizinhos e autoridades pode ser crucial para prevenir que casos semelhantes ocorram no futuro, garantindo que os membros mais vulneráveis da sociedade recebam o cuidado e a atenção de que necessitam.