Uma mobilização online para arrecadar fundos ao alpinista Agam, que atuou voluntariamente no resgate do corpo da brasileira Juliana Marins no Monte Rinjani, foi encerrada neste domingo (29/6). A vaquinha, organizada por plataformas especializadas em doações coletivas, já havia alcançado mais de R$ 522 mil até o momento do cancelamento. O encerramento foi anunciado por meio de comunicado oficial nas redes sociais das organizações envolvidas.
O motivo principal para o cancelamento da vaquinha foi o grande volume de questionamentos a respeito da taxa administrativa de 20% cobrada pela plataforma Voaa. Embora essa informação estivesse disponível desde o início da campanha, a repercussão gerou desconforto entre doadores e seguidores, levando os organizadores a optar pela devolução integral dos valores arrecadados.
Como foi o caso da vaquinha para alpinista?

A decisão de encerrar a campanha foi tomada após críticas relacionadas à taxa administrativa de 20%, que, apesar de estar informada desde o início no site, causou incômodo em parte do público. A organização responsável reconheceu que a comunicação sobre esse ponto específico poderia ter sido mais clara.
A arrecadação estava sendo conduzida pela plataforma Voaa, ligada ao site Razões Para Acreditar. Segundo nota divulgada pelas entidades, a cobrança da taxa se deve a um modelo de funcionamento diferenciado, que envolve mais do que apenas a oferta de um espaço para doações online.
A empresa informou ainda que os valores doados serão reembolsados automaticamente a partir de segunda-feira, 30 de junho, por meio dos canais originais de pagamento, sem que os doadores precisem tomar qualquer providência adicional. Os prazos de estorno seguirão as diretrizes de cada método utilizado.
O resgate que motivou a mobilização nacional foi protagonizado por Agam, alpinista que arriscou a própria vida para alcançar o local onde estava o corpo da brasileira Juliana Marins, vítima de uma queda em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Ele permaneceu ao lado da jovem durante toda a madrugada, em uma encosta extremamente instável, para evitar que o corpo fosse ainda mais arrastado. A atitude sensibilizou milhares de brasileiros, que se mobilizaram com doações.
Como funcionam as vaquinhas online?
As vaquinhas virtuais, também conhecidas como campanhas de financiamento coletivo, permitem que pessoas contribuam financeiramente para causas específicas, projetos ou necessidades emergenciais. Plataformas como Voaa e Razões Para Acreditar atuam como intermediárias, facilitando a arrecadação e a distribuição dos recursos. Essas empresas geralmente cobram uma taxa administrativa para cobrir custos operacionais, como curadoria, verificação de informações, produção de conteúdo e acompanhamento jurídico e financeiro.
No caso da campanha para Agam, a taxa de 20% foi justificada pelas organizações como necessária para manter uma estrutura de equipe dedicada e garantir a segurança e transparência do processo. Ainda assim, a cobrança gerou debates sobre a clareza na comunicação dessas condições e sobre o impacto das taxas em campanhas de grande repercussão.
Por que a taxa administrativa gerou polêmica?
A cobrança de taxas em vaquinhas online é um tema recorrente, especialmente quando campanhas ganham visibilidade nacional. No episódio envolvendo Agam, muitos doadores e internautas questionaram se o percentual retido pela plataforma era adequado, considerando o valor arrecadado e a natureza solidária da ação. As organizações afirmaram que a taxa cobre uma série de serviços além da simples intermediação das doações, incluindo:
- Curadoria e verificação de histórias
- Produção e divulgação de conteúdo
- Gestão jurídica e financeira
- Acompanhamento do destino dos recursos
Apesar dessas explicações, o desconforto persistiu entre parte do público, o que motivou a decisão de cancelar a campanha e restituir os valores automaticamente aos doadores, respeitando os prazos de cada meio de pagamento utilizado.
O que acontece após o cancelamento da vaquinha?
Com o encerramento da arrecadação, os valores doados serão devolvidos integralmente aos contribuintes, sem necessidade de solicitação individual. A restituição será realizada pelos mesmos meios de pagamento utilizados nas doações, conforme informado pelas plataformas. Essa medida visa preservar a confiança dos doadores e manter a transparência no processo, aspectos considerados essenciais para o funcionamento de campanhas de financiamento coletivo.
O caso da vaquinha para Agam destaca a importância da comunicação clara sobre taxas e condições em campanhas online, além de evidenciar o papel das plataformas em garantir a segurança e a veracidade das iniciativas. A repercussão do episódio pode influenciar futuras práticas do setor, incentivando maior transparência e diálogo entre organizadores, plataformas e doadores.
Veja o comunicado da empresa: