Juliana Oliveira, ex-assistente de palco do programa The Noite, se manifestou na noite desta terça-feira (15/4) a respeito da denúncia de assédio que fez contra o apresentador Otávio Mesquita. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, Juliana contou que tomou providências internas após o ocorrido e criticou a forma como a emissora lidou com a situação.
“Ele me agarrou à força. Aquilo foi um ato de violência”, disse ela, relembrando o episódio de 2016. Segundo Juliana, o apresentador chegou a colocar sua cabeça entre as pernas dele durante a gravação, ultrapassando todos os limites previamente estabelecidos.
Como Juliana Oliveira explicou o caso?
Desde que tornou o caso público, Juliana afirmou estar sendo alvo de críticas e ataques virtuais. Alguns internautas resgataram vídeos antigos em que ela aparece interagindo com entusiasmo com convidados — como no caso do cantor Luan Santana —, insinuando que seu comportamento teria sido semelhante. Ela respondeu dizendo que tudo fazia parte de seu papel como fã e que essas cenas eram encenadas.
A humorista explicou que demorou a se posicionar publicamente porque precisava cuidar da saúde mental, bastante abalada desde a repercussão do caso.
Sobre o episódio com Otávio Mesquita, Juliana disse que o combinado era que ele apareceria de cabeça para baixo e ela ajudaria na retirada dos equipamentos de segurança. No entanto, segundo ela, Mesquita passou a tocá-la de forma inapropriada sem qualquer tipo de consentimento.
“Ele já chegou com as mãos em mim, me tocando sem autorização. Tentei afastá-lo, mas ele insistiu. Foi violento”, relatou. Além disso, afirmou que, após o ocorrido, ainda ouviu comentários constrangedores feitos por Mesquita a respeito de seu corpo.
Juliana também respondeu às declarações do apresentador, que alegou tratar-se de uma brincadeira consensual. Ela desmentiu a versão, dizendo que nada foi combinado e que, na época, relatou o caso ao apresentador Danilo Gentili e ao diretor de The Noite. Como resultado, a equipe decidiu não convidar mais Mesquita para o programa.
Como as emissoras lidam com denúncias de assédio?
O caso de Juliana Oliveira levanta questões importantes sobre as políticas internas das emissoras de televisão em relação ao assédio. Segundo relatos, após o incidente, a produção do “The Noite” decidiu não convidar mais Otávio Mesquita para o programa. No entanto, Juliana afirmou que a emissora não tomou medidas adicionais para lidar com a situação, o que a levou a buscar justiça por conta própria.
Esse tipo de resposta levanta preocupações sobre a eficácia das políticas de assédio no ambiente de trabalho. Muitas vezes, as vítimas se sentem desamparadas e temem represálias, o que pode dificultar a denúncia de tais comportamentos. A falta de ação por parte das empresas pode perpetuar um ambiente de trabalho hostil e inseguro.
Qual é o impacto do assédio na vida das vítimas?

O impacto do assédio no ambiente de trabalho pode ser devastador para as vítimas. Juliana Oliveira relatou que sua saúde mental foi profundamente afetada pelo incidente e que demorou anos para compreender plenamente o que havia acontecido. Além disso, ela enfrentou ataques nas redes sociais após tornar o caso público, o que agravou ainda mais seu sofrimento.
Mesmo após a restrição, Juliana afirmou que o apresentador continuava a aparecer nos bastidores do talk show para gravar conteúdos para sua própria atração no SBT. Nesses momentos, ela relatou ser escondida pela equipe: “Me trancavam no banheiro como se eu fosse a culpada. Como se eu tivesse feito algo errado”, desabafou.
Ela revelou que só começou a compreender a gravidade do que havia acontecido em 2020, ao ver Danilo Gentili se posicionando em apoio à humorista Dani Calabresa, que denunciou Marcius Melhem por assédio.
Juliana contou ainda que voltou a conversar com Gentili e com o então diretor do programa, que a incentivaram a levar o caso à alta direção do SBT. Com receio de perder o emprego, ela decidiu esperar. Após sua saída da emissora em 2024, resolveu formalizar a denúncia, mas relatou que foi ignorada pela diretora-geral, Daniela Beyruti.
Esses efeitos são comuns entre vítimas de assédio, que muitas vezes enfrentam estigmatização e isolamento. O apoio psicológico e a criação de um ambiente seguro e acolhedor são essenciais para ajudar as vítimas a se recuperarem e seguirem em frente.