Diante da greve nacional dos entregadores de aplicativos iniciada nesta segunda-feira (31/3), o iFood afirmou respeitar o direito à manifestação pacífica e destacou que mantém um diálogo contínuo com os trabalhadores. A empresa também informou que está analisando a possibilidade de reajustar a taxa mínima de entrega ainda este ano. “Estamos acompanhando o cenário econômico e estudando a viabilidade de um aumento para 2025”, declarou a empresa em nota enviada à VEJA.
A paralisação, chamada Breque Nacional dos Apps 2025, teve início nesta segunda-feira e segue até terça-feira (1º de abril), em protesto contra as condições de trabalho oferecidas pelas plataformas de entrega.
Quais são as reivindicações dos entregadores?

Os entregadores estão exigindo um aumento na taxa mínima por entrega, atualmente fixada em R$ 6,50, para R$ 10,00. Além disso, eles buscam um reajuste no valor pago por quilômetro rodado, de R$ 1,50 para R$ 2,50. Tais mudanças são vistas como necessárias para cobrir os custos crescentes de deslocamento, incluindo combustível e manutenção dos veículos.
Outra demanda significativa é a limitação das rotas de bicicleta a um máximo de 3 km por pedido, para evitar a exaustão dos ciclistas. Os entregadores também pedem o pagamento integral por entrega, sem reduções em casos de múltiplos pedidos no mesmo trajeto. Essas alterações são consideradas essenciais para garantir uma remuneração justa e condições de trabalho adequadas.
Como o iFood está respondendo aos entregadores?
O iFood destacou que, entre 2022 e 2023, houve um aumento na taxa mínima de entrega de R$ 5,31 para R$ 6,50, além de um incremento no valor pago por quilômetro rodado, de R$ 1,00 para R$ 1,50. Em 2024, a empresa introduziu um adicional de R$ 3,00 para entregas agrupadas. A plataforma afirma que o ganho bruto por hora trabalhada é significativamente superior ao salário mínimo-hora nacional.
Além dos reajustes, o iFood oferece benefícios como seguro pessoal gratuito para acidentes durante entregas, planos de saúde, programas educacionais e suporte jurídico e psicológico para casos de assédio ou discriminação. A empresa reafirma seu compromisso com o diálogo contínuo com os entregadores para buscar melhorias no setor.
Qual o impacto da greve nas cidades brasileiras?
Em São Paulo, onde há uma grande concentração de motociclistas, os entregadores se reuniram em locais estratégicos para protestar. A mobilização visa chamar a atenção para as condições de trabalho dos entregadores e pressionar as plataformas de entrega a atenderem suas demandas.
- Fechamento de estabelecimentos: Muitos restaurantes e lojas virtuais em aplicativos de entrega interromperam suas atividades devido à falta de entregadores disponíveis.
- Atrasos e cancelamentos de pedidos: Os consumidores enfrentaram dificuldades para receber seus pedidos, com longos atrasos e cancelamentos frequentes.
- Mobilizações e protestos: Os entregadores realizaram manifestações em diversas cidades, reivindicando melhores condições de trabalho e remuneração justa.
- Aumento da tensão: A paralisação aumentou a tensão entre os entregadores e as empresas de aplicativos, com relatos de dificuldades no diálogo e negociações.
As principais reivindicações dos entregadores são:
- Aumento das taxas de entrega e do valor por quilômetro rodado.
- Melhores condições de trabalho, incluindo mais segurança e apoio das plataformas.
- Limitação da distância para entregas de bicicleta.
- Pagamento integral por pedidos agrupados.
O iFood solicitou que a paralisação ocorra de forma pacífica, sem prejudicar o funcionamento dos estabelecimentos parceiros e respeitando a livre circulação da população. A empresa planeja divulgar um posicionamento mais detalhado ainda nesta tarde, reafirmando seu compromisso com o diálogo e a busca por soluções que beneficiem todos os envolvidos.