Na manhã desta terça-feira (22), equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA) localizaram o corpo de Jorge Avalo, de 60 anos, que havia desaparecido após ser atacado por uma onça nas margens do rio Miranda, no Pantanal de Aquidauana (MS). O trabalhador atuava como caseiro em um pesqueiro da região. Imagens registraram parte dos esforços de busca.
De acordo com as autoridades, o ataque aconteceu na manhã da segunda-feira (21). Na ocasião, foram encontrados vestígios do corpo de Jorge próximos a pegadas do felino, indicativo de que a vítima foi surpreendida na beira do rio. Durante as buscas do dia seguinte, os policiais localizaram o restante dos restos mortais em uma toca da onça, situada dentro da mata fechada, a aproximadamente 300 metros do local inicial do ataque.
Como a Polícia conduziu as buscas após ataque da onça?
Imagens gravadas por câmeras de segurança revelaram que a onça-pintada que matou o Jorge Avalo, já rondava a pousada rural onde o caseiro foi atacado na segunda-feira (21). pic.twitter.com/5SguCx0xQp
— Portal Roma News (@RomaNewsOficial) April 22, 2025
O corpo foi removido pelos agentes da PMA e encaminhado ao Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana para realização da perícia. A funerária de plantão também foi acionada para os procedimentos necessários.
A operação de busca contou com apoio aéreo, incluindo helicópteros e drones, uma vez que o local é de difícil acesso. Familiares da vítima também participaram dos trabalhos de procura. Jorge era funcionário fixo do pesqueiro e vivia no local onde o ataque ocorreu.
Cerca de uma semana antes do incidente, Jorge chegou a aparecer em um vídeo alertando para a presença de onças nas redondezas do pesqueiro. Na gravação, feita por outro homem que o chama de “cunhado”, são mostrados rastros de dois felinos perto da residência onde Jorge vivia. Ambos comentam que os animais pareciam ter se envolvido em uma briga.
Em tom de brincadeira, o autor do vídeo diz: “Vou mandar para o Dão. A onça vai comer o Jorge, Dão!”, ao que Jorge responde com bom humor: “Não vai comer, não!”.
Quais medidas de segurança podem ser adotadas?
O Pantanal é uma região rica em biodiversidade, mas também apresenta riscos devido à presença de predadores naturais como a onça. Para prevenir ataques, é essencial adotar medidas de segurança adequadas. Algumas recomendações incluem:
- Evitar áreas conhecidas por serem habitat de onças, especialmente durante a noite.
- Instalar cercas de proteção ao redor de residências e locais de trabalho.
- Manter grupos de pessoas ao se deslocar por áreas de risco.
- Reportar avistamentos de onças às autoridades locais para monitoramento.
O que leva as onças a atacarem humanos?

Os ataques de onças a humanos são raros, mas podem ocorrer devido a diversos fatores. A perda de habitat natural e a escassez de presas podem levar esses felinos a se aproximarem de áreas habitadas em busca de alimento. Além disso, a presença humana em áreas de caça das onças pode ser vista como uma ameaça, provocando reações defensivas.
Entender o comportamento desses animais e respeitar seu espaço é crucial para evitar confrontos. A educação ambiental e a conscientização sobre a importância da preservação do habitat natural das onças são passos fundamentais para a coexistência pacífica entre humanos e vida selvagem.
- Defesa: Se uma onça-pintada se sentir ameaçada, encurralada ou ferida, ela pode atacar como um mecanismo de autodefesa. Isso pode acontecer se as pessoas se aproximarem demais, tentarem encurralá-la ou a atacarem.
- Defesa de filhotes: Uma fêmea com filhotes é extremamente protetora e pode atacar qualquer um que perceba como uma ameaça aos seus filhotes.
- Confusão com a presa: Em raros casos, se um humano estiver agachado ou se movendo de forma semelhante a uma presa natural da onça-pintada (como um cateto ou capivara), o animal pode confundir a pessoa com comida.
- Perda de medo de humanos: Em áreas onde as onças-pintadas são frequentemente alimentadas por humanos (intencionalmente ou não, como em áreas de ecoturismo onde são usadas iscas), elas podem perder o medo natural dos humanos e se tornarem mais ousadas.
- Habitat invadido e escassez de presas: À medida que os humanos invadem o habitat natural das onças-pintadas, a disponibilidade de suas presas naturais pode diminuir. Isso pode levar as onças a atacarem animais domésticos como gado, e em situações extremas, pode aumentar o risco de encontros perigosos com humanos.
- Ataques oportunistas: Embora raro, um ataque pode ocorrer se uma onça-pintada encontrar um humano vulnerável, como uma criança pequena ou uma pessoa dormindo, especialmente se o animal estiver faminto ou desesperado.
O caso de Jorge Avalo destaca a complexidade da convivência entre humanos e a rica fauna do Pantanal. Embora o ataque tenha sido uma tragédia, ele serve como um lembrete da necessidade de políticas eficazes de conservação e segurança. Proteger o habitat das onças e garantir a segurança das comunidades locais são desafios que exigem colaboração entre autoridades, moradores e especialistas em vida selvagem.