O Candida auris é um ‘superfungo’ que tem chamado a atenção mundial devido à sua capacidade de se espalhar rapidamente e resistir a muitos medicamentos antifúngicos. Descoberto pela primeira vez em 2009, ele é conhecido por causar infecções em ambientes hospitalares, onde pode sobreviver em superfícies inanimadas por longos períodos. Essa resistência e a capacidade de formar biofilmes dificultam o tratamento e a eliminação do fungo.
Além disso, o Candida auris é uma ameaça significativa à saúde pública porque pode causar infecções graves, como a candidemia, que é uma infecção da corrente sanguínea. Pacientes imunocomprometidos ou com comorbidades são particularmente vulneráveis a essas infecções, que podem ser fatais. A resistência do fungo a tratamentos comuns torna o manejo clínico ainda mais desafiador.
Como o superfungo se espalha e quais são os riscos associados?

A transmissão do superfungo ocorre principalmente em ambientes hospitalares, onde o fungo pode ser encontrado em superfícies como roupas de cama, corrimãos e equipamentos médicos. O contato direto com essas superfícies contaminadas é a principal forma de transmissão. Pacientes que estão em tratamento com antibióticos, quimioterapia ou que passaram por transplantes são mais suscetíveis à colonização e infecção pelo fungo.
Os riscos associados ao Candida auris incluem a sua capacidade de causar surtos em hospitais, devido à dificuldade de identificação rápida e à resistência a desinfetantes comuns. Isso torna essencial a implementação de medidas rigorosas de controle de infecção, como a higienização intensificada e o isolamento de pacientes infectados ou colonizados.
Como a Candida auris se espalha:
- Contato direto: A transmissão ocorre principalmente em ambientes de saúde, como hospitais e clínicas, através do contato direto com pessoas infectadas ou colonizadas, mesmo que não apresentem sintomas.
- Superfícies contaminadas: O fungo pode sobreviver por longos períodos em superfícies e objetos, como equipamentos médicos, camas e maçanetas, representando um risco de contaminação.
- Dispositivos médicos: Cateteres, sondas e outros dispositivos invasivos podem servir como porta de entrada para o fungo na corrente sanguínea.
Riscos associados:
- Infecções graves: A Candida auris pode causar infecções na corrente sanguínea, feridas, ouvidos e outros órgãos, podendo levar à morte em casos graves.
- Resistência a medicamentos: O fungo é resistente a muitos antifúngicos, dificultando o tratamento e aumentando o risco de complicações.
- Surtos em ambientes de saúde: A capacidade de se espalhar facilmente em hospitais e clínicas representa um risco significativo para pacientes vulneráveis.
- Diagnóstico desafiador: A identificação da Candida auris pode ser difícil, pois pode ser confundida com outros tipos de fungos, atrasando o tratamento adequado.
Como controlar e prevenir contra o Candida auris?
Para controlar a disseminação do Candida auris, os hospitais devem adotar medidas rigorosas de higiene e controle de infecção. Isso inclui a limpeza frequente e intensificada de superfícies, o uso de desinfetantes eficazes e o isolamento de pacientes infectados. Além disso, é crucial realizar treinamentos regulares para as equipes de saúde sobre práticas de controle de infecção.
Os hospitais também devem notificar as autoridades de saúde sobre casos de Candida auris e realizar coletas regulares para monitorar a presença do fungo. A colaboração com agências de vigilância sanitária é essencial para garantir que as medidas de controle sejam eficazes e atualizadas conforme necessário.
Como os hospitais estão lidando com surtos de Candida auris?
Em casos de surtos, como o ocorrido no Hospital do Servidor Público Estadual em São Paulo, as instituições de saúde adotam protocolos rigorosos para conter a disseminação do fungo. Isso inclui a manutenção de pacientes em quartos individuais, a intensificação da higienização e a realização de coletas regulares para análise.
Os hospitais também se reúnem regularmente com autoridades de saúde, como a Anvisa, para discutir as ações tomadas e os resultados das coletas. Essas reuniões são fundamentais para ajustar as estratégias de controle e garantir a segurança dos pacientes.
Quais são os desafios no tratamento do Candida auris?
O tratamento do superfungo é desafiador devido à sua resistência a muitos antifúngicos comuns, como o fluconazol e a anfotericina B. Em alguns casos, é necessário recorrer a antifúngicos alternativos, o que pode ser mais caro e ter efeitos colaterais significativos. Além disso, a identificação precisa do fungo é crucial para iniciar o tratamento adequado, mas isso pode ser complicado devido à dificuldade de detecção pelos métodos laboratoriais rotineiros.
Os profissionais de saúde devem estar atentos aos sintomas de infecção por Candida auris, que incluem febre e mal-estar, e realizar exames laboratoriais para confirmar a presença do fungo. O manejo eficaz do superfungo requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo médicos, microbiologistas e especialistas em controle de infecção.