Em 2024, o Brasil experimentou um dos crescimentos mais significativos de sua economia em mais de uma década, com um aumento de 3,4% no Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, apesar desse desempenho positivo, o país caiu no ranking das maiores economias do mundo, sendo ultrapassado pelo Canadá. Essa mudança de posição é atribuída principalmente à desvalorização do real frente ao dólar.
O câmbio desempenha um papel crucial na comparação internacional do PIB, uma vez que as economias são medidas em uma moeda comum, geralmente o dólar. Em 2024, a desvalorização do real em 7,3% impactou negativamente a posição do Brasil no cenário global, mesmo com um crescimento econômico interno robusto.
Como o Canadá ultrapassou o Brasil?
A ultrapassagem do Brasil pelo Canadá no ranking das maiores economias do mundo pode ser explicada pela diferença nas taxas de câmbio e crescimento econômico. Enquanto o Brasil cresceu 3,4%, o Canadá teve um crescimento de 1,6% em sua moeda local. No entanto, a desvalorização da moeda canadense foi menor, o que favoreceu sua posição quando os PIBs são convertidos para dólares.
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, destacou que a diferença no câmbio foi o fator determinante para a mudança de posição entre os dois países. A estabilidade relativa da moeda canadense, em comparação com o real, permitiu que o Canadá se destacasse no ranking global, mesmo com um crescimento econômico menor.
Quais as maiores economias do mundo?

Como o câmbio afeta o PIB em dólares?
O câmbio é um fator essencial na conversão do PIB de uma moeda local para dólares, influenciando diretamente a posição de um país no ranking global. A Austin Rating utiliza a cotação média da taxa de câmbio de cada ano para realizar essa conversão. Em 2024, a desvalorização do real anulou o bom desempenho do PIB brasileiro, resultando em um crescimento de apenas 0,3% quando medido em dólares.
Essa dinâmica mostra como o câmbio pode ter um impacto significativo na percepção internacional da economia de um país. Mesmo com um crescimento interno forte, a desvalorização da moeda pode limitar os ganhos em termos de PIB em dólares, afetando a posição do país no cenário global.
Conversão do PIB:
- O PIB é geralmente medido na moeda local de um país. Para comparar o PIB entre diferentes nações, é necessário convertê-lo para uma moeda comum, como o dólar americano.
- A taxa de câmbio é o fator determinante nessa conversão. Uma taxa de câmbio mais forte (valorização da moeda local em relação ao dólar) resulta em um PIB em dólares mais alto, enquanto uma taxa de câmbio mais fraca (desvalorização da moeda local) leva a um PIB em dólares mais baixo.
Impacto da variação cambial:
- As flutuações nas taxas de câmbio podem criar variações significativas no PIB em dólares de um país, mesmo que o PIB em moeda local permaneça relativamente estável.
- Por exemplo, se a moeda de um país se valorizar em relação ao dólar, seu PIB em dólares aumentará, mesmo que a produção real de bens e serviços não tenha aumentado.
- O inverso também é verdadeiro.
Implicações:
- A forma como o câmbio afeta o PIB em dólares pode influenciar a percepção do tamanho e do desempenho econômico de um país em relação a outros.
- É importante considerar tanto o PIB em moeda local quanto o PIB em dólares ao analisar a economia de um país, pois cada medida fornece informações diferentes.
Quais são as implicações para o futuro?
A desvalorização do real e seu impacto no PIB em dólares destacam a importância de políticas econômicas que visem a estabilidade cambial. Para melhorar sua posição no ranking global, o Brasil precisa não apenas manter um crescimento econômico robusto, mas também buscar uma maior estabilidade de sua moeda.
Além disso, a comparação internacional do PIB é uma ferramenta importante para avaliar a competitividade econômica de um país. Portanto, entender e gerenciar os fatores que influenciam o câmbio é crucial para melhorar a posição do Brasil no cenário econômico mundial.
Para 2025, as expectativas giram em torno de um fortalecimento do real e de políticas econômicas que promovam a estabilidade cambial. O desempenho do Brasil no ranking global dependerá de sua capacidade de equilibrar crescimento econômico interno com uma moeda mais estável.
Com uma abordagem focada em estabilidade e crescimento sustentável, o Brasil pode melhorar sua posição no ranking das maiores economias do mundo, superando os desafios impostos pelas flutuações cambiais.