O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil está no centro de uma polêmica envolvendo a plataforma de vídeos Rumble. Nesta sexta-feira (7/3), o ministro Alexandre de Moraes votou pela manutenção da suspensão da Rumble em território brasileiro. Esta decisão foi tomada no contexto de uma disputa legal que envolve a presença de um representante legal da empresa no país e o cumprimento de ordens judiciais.
A suspensão da Rumble, decretada por Moraes, é indefinida e está condicionada à nomeação de um representante legal no Brasil e ao pagamento de multas pendentes. O STF já estabeleceu que plataformas estrangeiras devem ter representação legal no país para operar. Este caso específico ganhou notoriedade devido à associação com o jornalista Allan dos Santos, cujos canais foram alvo de ordens judiciais.
Como a Rumble foi bloqueada no Brasil?

A decisão de bloquear a Rumble está diretamente ligada à presença de Allan dos Santos na plataforma. Moraes ordenou que a rede social bloqueasse o perfil do influenciador e interrompesse qualquer forma de monetização de seu canal. Além disso, a criação de novos perfis por Santos foi proibida. Outras redes sociais, como YouTube e Facebook, já haviam cumprido ordens semelhantes.
O problema central é que a Rumble não possui um representante legal no Brasil, o que impede o cumprimento das ordens judiciais. Advogados que anteriormente representavam a plataforma renunciaram, alegando não ter poderes para receber intimações. Esta situação levou à suspensão da plataforma até que um representante seja nomeado.
Quais são as implicações internacionais do caso?
A disputa legal entre a Rumble e o STF transcendeu as fronteiras brasileiras, envolvendo até mesmo o Departamento de Estado dos Estados Unidos. A Rumble, em parceria com a Trump Media, entrou com uma ação contra Alexandre de Moraes nos EUA, alegando violação da soberania americana. No entanto, a Justiça americana rejeitou o pedido para descumprir as decisões do ministro brasileiro.
O governo dos Estados Unidos expressou preocupação com o bloqueio, afirmando que a imposição de multas a empresas americanas por não censurarem indivíduos é incompatível com os valores democráticos, como a liberdade de expressão. Este posicionamento destaca a complexidade do caso, que envolve questões de soberania, liberdade de expressão e jurisdição internacional.
Como a Rumble está respondendo à situação?
A Rumble, conhecida por sua política de moderação menos restritiva, foi desativada no Brasil em dezembro de 2023 devido a discordâncias com as exigências judiciais brasileiras. A plataforma voltou a operar em fevereiro de 2025, mas continua enfrentando desafios legais. A empresa está buscando resolver a situação, mas ainda não indicou um representante legal no Brasil.
Este caso destaca a crescente tensão entre plataformas de mídia social e governos em todo o mundo, à medida que as questões de regulamentação e liberdade de expressão se tornam cada vez mais complexas. A Rumble continua a ser um ponto focal nesta discussão, especialmente devido ao seu papel como um espaço para vozes conservadoras e de direita.
O futuro da Rumble no Brasil permanece incerto. A decisão final do STF sobre a suspensão da plataforma ainda está pendente, e a nomeação de um representante legal no país é crucial para a continuidade de suas operações. Enquanto isso, a Rumble e outras plataformas enfrentam o desafio de equilibrar as exigências legais locais com seus princípios de operação global.