Zeli dos Anjos quebrou o silêncio pela primeira vez após a tragédia que vitimou três membros de sua família no final do ano passado. Em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, exibida no domingo (16/2), ela relembrou o ocorrido e comentou sobre a principal suspeita do crime: sua nora, Deise Moura dos Anjos, de 42 anos, acusada de ter preparado um bolo envenenado com arsênio.
“Eu sabia que ela não era uma boa pessoa, que fazia maldades, mas jamais imaginei que pudesse chegar a esse ponto. Não sinto pena, raiva ou ódio, nem sei descrever o que sinto. Mas, quando penso que ela tirou as quatro pessoas mais importantes da minha vida…”, desabafou Zeli.
Como foi o caso do bolo envenenado?
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O caso começou a se desenrolar em dezembro do ano passado, quando seis membros da família de Zeli adoeceram após consumir o bolo preparado por Deise. Infelizmente, Neuza Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva e Tatiana Denize Silva dos Anjos não resistiram ao envenenamento. Posteriormente, verificou-se que Paulo Luiz dos Anjos, marido de Zeli, também faleceu devido ao mesmo veneno meses antes, embora inicialmente acreditasse-se ser intoxicação alimentar.
Como as investigações revelaram a verdade por trás do crime?
Durante as investigações, o delegado responsável, Marcos Vinícius Muniz Veloso, destacou um rancor profundo que Deise nutria pela sogra, Zeli. Essa hostilidade, segundo depoimentos, poderia ter motivado o crime. A busca por provas levou à obtenção de um mandado para apreender o celular e o computador de Deise, onde foram encontradas buscas na internet por venenos incluindo arsênio, o que reforçou as suspeitas de premeditação.
“Todos os depoimentos foram no sentido de um certo ódio que a investigada tinha pela sua própria sogra. Ela mesma, espontaneamente, disse que o apelido da sogra era naja.”, disse Marcos Vinícius Muniz Veloso ao Fantástico.
Quais foram as consequências para Deise Moura dos Anjos?
A mulher que sobreviveu a um bolo envenenado com arsênio pela nora, segundo a polícia, falou pela primeira vez sobre o crime em uma entrevista exclusiva ao #Fantástico: https://t.co/3HTbpvcrmO
— Fantástico (@showdavida) February 17, 2025
Deise foi presa preventivamente no início do ano, enfrentando acusações de triplo homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado. No entanto, um desfecho trágico ocorreu quando Deise foi encontrada sem vida na cela da Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. A morte, por enforcamento, levantou questões sobre seu estado mental, com o advogado de defesa apontando que ela sofria de depressão agravada pelo isolamento carcerário.
Esse caso revelou camadas de complexidades emocionais e investigativas, deixando um profundo impacto na comunidade de Torres e nos familiares afetados. A história, ainda repleta de nuances e dolorosas lembranças, continua a ser uma lembrança sombria dos limites do comportamento humano e das consequências trágicas que podem surgir de conflitos pessoais não resolvidos.