As campanhas eleitorais para a Prefeitura de São Paulo destacaram disparidades significativas nos investimentos dos candidatos durante o primeiro turno das eleições de 2023. Segundo dados prestados à Justiça Eleitoral, observou-se uma variação considerável no custo por voto entre os principais concorrentes.
Disparidades nos Gastos dos Candidatos
Guilherme Boulos, candidato pelo Psol, desembolsou um montante aproximado de R$ 46 milhões para sua campanha, atingindo uma média de R$ 25,99 por voto. Esse investimento foi crucial para garantir sua passagem ao segundo turno. Grande parte dos recursos foi destinada ao pagamento por serviços prestados por terceiros, bem como à publicidade impressa e ao impulsionamento nas redes sociais.
Em um espectro diferente, Pablo Marçal (PRTB) utilizou cerca de R$ 5 milhões em sua campanha, resultando em um custo de apenas R$ 3 por voto. Marçal concentrou seus recursos principalmente em publicidade digital e materiais impressos, conforme sua prestação de contas indica. Mesmo sem acessar o fundo eleitoral, o ex-coach foi capaz de maximizar sua exposição a um custo relativamente baixo.
Investimentos de Outros Candidatos
Ricardo Nunes, candidato pelo MDB, também fez investimentos substanciais, reportando gastos de R$ 29,3 milhões durante o primeiro turno, com um custo de R$ 16,29 por voto. O atual prefeito priorizou, assim como Boulos, serviços de terceiros e o impulso de conteúdos nas redes sociais, o que parece ser uma estratégia comum entre os principais candidatos.
No outro extremo do espectro, candidatos como Bebeto Haddad (DC) e Altino Prazeres (PSTU) apresentaram custos altíssimos por voto, R$ 160,23 e R$ 141,13, respectivamente. As campanhas de ambos os candidatos tiveram gastos consideráveis em publicidade sem conseguir converter isso em um volume substancial de votos.
Desafios na Prestação de Contas
Os desafios na prestação de contas não se limitaram aos investimentos diretos. João Pimenta, do PCO, não havia declarado gastos até meados de setembro. Segundo sua assessoria, o partido enfrentou dificuldades na obtenção do fundo eleitoral, o que complicou a apresentação de contas conforme exigido pela legislação.
Expectativas para o Segundo Turno
À medida que as estratégias se ajustam para o segundo turno, Boulos e Nunes devem enfrentar novos desafios financeiros e estratégicos. O cenário estabelece a expectativa de que os custos por voto se tornem ainda mais relevantes na análise do sucesso e da eficiência das campanhas eleitorais em grandes cidades.
Com a data final para a prestação de contas se aproximando, as próximas semanas serão decisivas para o esclarecimento completo dos gastos e a validação da eficácia das estratégias adotadas por cada campanha. Os resultados do segundo turno podem não apenas determinar o futuro político de São Paulo, mas também influenciar tendências em estratégias eleitorais no Brasil.