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Uma decisão recente da Justiça Federal no Rio de Janeiro confirmou a existência de um grupo criminoso formado por servidores da Receita Federal, que realizou acessos irregulares a dados fiscais. Essa revelação tem implicações importantes, sobretudo para a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso da “rachadinha” — prática ilícita de repassar parte dos salários de assessores para o parlamentar.
O juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal, confirmou que houve acessos privilegiados ao sistema da Receita. Esta decisão, divulgada pelo portal Metrópoles na última sexta-feira, 23, foi um passo crucial no entendimento de acessos irregulares dentro do órgão.
O Caso dos Acessos Irregulares na Receita Federal
Os acessos irregulares aos dados fiscais dos servidores precederam denúncias anônimas contra dois auditores acusados de enriquecimento ilícito. Segundo a decisão, o processo administrativo foi conduzido pela Corregedoria da Receita Federal. Em nota, a própria Receita afirmou que a decisão se relaciona a eventos semelhantes a outros já investigados e considerados improcedentes, mas que a Corregedoria abrirá um novo procedimento para apurar as questões levantadas.
Quem está envolvido nessa trama?
Christiano Paes Leme Botelho, ex-chefe do Escritório da Corregedoria da Receita no Rio de Janeiro, é um dos principais nomes citados na defesa de Flávio Bolsonaro. Botelho está sob investigação por realizar acessos ilegais. Esse tema foi discutido em uma reunião no Palácio do Planalto, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno, e o deputado Alexandre Ramagem.
Qual a Repercussão dessa Decisão?
A reunião realizada em agosto de 2020 foi gravada e posteriormente analisada pelo STF no âmbito da investigação da “Abin paralela”. A suspeita é de que a estrutura da Receita e do Serpro foram usadas para ajudar na defesa de Flávio Bolsonaro. Após a reunião, uma devassa nos sistemas da Receita foi realizada para identificar acessos a dados fiscais de membros da família Bolsonaro e seus associados.
A Investigação na Receita Federal
Durante quatro meses, uma equipe de cinco servidores foi mobilizada para averiguar a acusação de origem ilegal da investigação contra Flávio Bolsonaro. O grupo, presidido por Diogo Esteves Rezende, concluiu pela improcedência das acusações contra Flávio. No entanto, a nova decisão de José Arthur Diniz Borges reforça a tese de que os réus foram vítimas de um grupo criminoso dentro da Receita Federal.
Em 2021, o juiz Borges teve um encontro com Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto e foi condecorado pelo então presidente em 2022. Em 2023, Borges também absolveu o ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques em uma ação de improbidade administrativa.
- Acessos irregulares a dados fiscais foram confirmados.
- Denúncias anônimas antecederam o processo administrativo.
- Reunião no Palácio do Planalto discutiu o caso.
- Investigações foram realizadas pela Receita Federal.
- Decisão judicial corrobora a tese da defesa de Flávio Bolsonaro.
- Confirmação de acessos irregulares pela Justiça.
- Identificação dos envolvidos, incluindo Christiano Paes Leme Botelho.
- Reunião e gravação analisadas pelo STF.
- Investigação detalhada pela Receita Federal.
- Decisão do juiz José Arthur Diniz Borges reforça a tese da defesa.
Este caso continua a ter desdobramentos que podem afetar tanto a estrutura interna da Receita Federal quanto a situação jurídica do senador Flávio Bolsonaro e de outros envolvidos. Aguardemos os próximos capítulos dessa intrigante história.