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Na última sexta-feira, o cenário político e laboral de São José dos Campos foi marcado por uma significativa manifestação. Liderados pelo Sindicato dos Metalúrgicos da região, cerca de 50 trabalhadores se reuniram na portaria da Embraer para expressar suas reivindicações durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à empresa. Os manifestantes enfatizaram a importância de medidas governamentais que favoreçam os operários locais, tanto da Embraer quanto da Avibras.
A movimentação teve início ao meio-dia e se estendeu por aproximadamente uma hora, culminando em uma passeata até o portão do hangar F300. A surpresa causada ao presidente e seus aliados não diminuiu a determinação dos participantes, que clamavam por atenção aos seus direitos laborais há muito lutados.
Qual a demanda dos metalúrgicos durante o protesto?
Durante o evento, o foco dos protestantes era claro: a exigência de uma postura mais firme do governo em relação aos direitos dos trabalhadores dessas importantes indústrias da região. O centro das reivindicações é a renovação da Convenção Coletiva, que não é assinada pela Embraer desde 2017. Sem esse acordo, muitos benefícios e direitos adquiridos ao longo dos anos estão ameaçados.
Repercussões do financiamento anunciado por Lula
Simultaneamente às reivindicações sindicais, ocorreu um anúncio significativo pelo presidente Lula: um novo financiamento do BNDES destinado à Embraer para a exportação de 32 jatos comerciais requisitados pela American Airlines. Essa medida ressaltou ainda mais a desconexão percebida pelos trabalhadores, que criticam o governo por oferecer subsídios importantes para a empresa sem garantir a contrapartida social devida aos seus empregados.
Uma situação crítica na Avibras
Faz-se necessário não apenas focar na situação da Embraer, mas também destacar a crise vivenciada pelos trabalhadores da Avibras. Com 15 meses de salários atrasados e uma greve que perdura desde setembro de 2022, o desespero é crescente. O Sindicato dos Metalúrgicos sugere um adiantamento nos pagamentos de contratos por parte do governo para amenizar a situação de cerca de mil funcionários afetados.
Declaração do presidente do sindicato
“É um absurdo que dinheiro público seja investido favorecendo apenas o lado empresarial enquanto os direitos dos trabalhadores são negligenciados. Cobramos ações imediatas e efetivas do governo Lula para resolver essa disparidade que prejudica tantos lares brasileiros”, ressalta Valmir Mariano, presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos.
Portanto, enquanto a Embraer e a Avibras continuam sendo pilares industriais na região, a luta por justiça e equidade na distribuição das vantagens econômicas deve continuar sendo a prioridade para os trabalhadores e seus representantes.