Karen Kuklik, uma jovem paranaense de 26 anos, realizou seu sonho de estudar odontologia na faculdade, mas agora se vê endividada e desempregada após se formar pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). O caso de Karen reflete uma situação comum entre os estudantes brasileiros que optam por essa modalidade de financiamento estudantil.
Incentivada pelo namorado, Karen decidiu fazer a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), já que não tinha condições de pagar um cursinho. Após algumas tentativas, ela conseguiu ingressar no Fies e cursar odontologia na PUC Paraná, mas não esperava o alto custo do curso, que totalizava quase R$ 280 mil.
Durante o curso, Karen enfrentou desafios financeiros, como despesas elevadas com materiais e mensalidades altas. Apesar de ter concluído a graduação em 2022, ela não conseguiu encontrar trabalho na área devido à falta de experiência e especialização requeridas pelas empresas. Atualmente, ela tenta se sustentar vendendo materiais sobre odontologia e com vídeos no TikTok, mas ainda depende financeiramente do marido e mora na casa da sogra.
O caso de Karen evidencia as dificuldades enfrentadas pelos estudantes que optam pelo Fies e ressalta a importância de uma orientação mais detalhada sobre essa modalidade de financiamento. Enquanto isso, o governo federal destaca as renegociações de dívidas do Fies, embora Karen ainda não tenha direito à renegociação devido ao momento em que adquiriu o contrato.
A situação de Karen reflete um cenário mais amplo, com quase um milhão de contratos do Fies inadimplentes e uma dívida total de R$ 15,49 bilhões. Embora o governo tenha aberto a renegociação de dívidas para alguns contratos, ainda há muitos estudantes enfrentando dificuldades financeiras após se formarem pelo Fies.
Com informações do UOL.