A pressão sobre a equipe econômica para alcançar resultados positivos e evitar bloqueios significativos de recursos no Orçamento de 2024 intensificou atritos e críticas entre os ministérios da Fazenda e do Planejamento.
O ministério comandado por Simone Tebet tornou-se alvo de membros do governo, que expressaram insatisfação com a percepção de que a agenda de avaliação e revisão de gastos, uma das principais bandeiras da ministra, ainda não decolou. Por outro lado, a atuação independente da equipe de Haddad em questões orçamentárias gerou críticas e reclamações.
O recente episódio da revogação da MP da reoneração da folha de pagamento evidenciou divergências. A Fazenda, pressionada pelo Congresso, buscava reverter a medida rapidamente, enquanto o Planejamento defendia a revogação apenas após o relatório de reavaliação de receitas e despesas, a ser divulgado em 22 de março.
Os desentendimentos entre as pastas têm crescido desde o início do governo Lula, com o Planejamento muitas vezes sendo visto como uma “central de atendimento” em questões espinhosas. A revisão de gastos é crucial para garantir a sustentabilidade fiscal, mas as divergências e cobranças internas prejudicam a eficácia dessa agenda.
Apesar dos esforços públicos para demonstrar alinhamento, os ruídos entre Tebet e Haddad refletem desafios políticos e administrativos, enquanto ambos buscam construir uma imagem positiva em meio a potenciais aspirações presidenciais para 2026. As tensões evidenciam a complexidade do cenário político-econômico e a necessidade de uma abordagem mais integrada para enfrentar os desafios orçamentários do país.
Com informações da Folha de S. Paulo.