Uma idosa de 61 anos morreu depois de passar mais de um ano e meio na lista de espera por uma cirurgia de emergência no coração. Apesar de conseguir na Justiça do Maranhão oito decisões que obrigavam a Secretaria de Saúde do Estado a realizar o procedimento, a intervenção nunca aconteceu.
Tudo começou em 2012, quando Dona Maria Ferreira passou por um procedimento cardíaco que exigia manutenção a cada 10 anos. A nova cirurgia, então, estava prevista para 2022. Sem a realização, a idosa faleceu nesta 6ª feira (05.jan).
Dona Maria estava internada, desde dezembro, em São Luís, após conseguir uma transferência para um hospital da capital – também por meio de uma liminar, conforme explica a sobrinha dela, Keyla Azevedo.
“Nós temos aqui documentos que comprovam que ela teria sim condições de fazer essa cirurgia, logo que ela chegou no Hospital HCI. Em nenhum momento, o estado do Maranhão respondeu às decisões que o juiz deferiu a favor da paciente”, lembra a sobrinha da paciente.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde do Maranhão alegou que todos os pacientes que necessitam de cirurgia cardíaca encontram-se na fila nacional com classificação de risco, de conhecimento público.
Keyla questiona o posicionamento. “O Estado está ferindo a Constituição Federal, o seu artigo 196, que diz que saúde é um bem de todos, é um dever do Estado”, ela argumenta.
Créditos: SBT.