Foto: Flavio Tavares / O Temp
Em entrevista a FM O Tempo, o governador de Minas Gerais disse que o governo Lula está mais preocupado com o ‘revisionismo da história’ do que com futuro do país
O governador de Minas Gerais Romeu Zema (Novo) afirmou, nesta sexta-feira (22), que ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acabaram se tornando amigos ao longo dos últimos anos. Em entrevista ao Café com Política, da FM O TEMPO 91.7, o governador elogiou a gestão de Bolsonaro e frisou mais uma vez que não pretende se candidatar à presidência em 2026.
“Eu e o ex-presidente nos tornamos amigos desde 2019. Tão logo eu assumi o governo do Estado, estive com ele diversas vezes em Brasília. Última vez que ele esteve aqui, tomamos café juntos”, afirmou o governador ao alfinetar a ausência de Lula em Minas Gerais durante o primeiro mandato.
Durante a entrevista, Zema disse estar “preocupado” com um governo “que quer reescrever o passado em vez de escrever um futuro”, criticando o que considera um “revisionismo da história”. “Passado é passado, acabou. Nós temos de olhar o que é que o brasileiro vai precisar no futuro, que é mais emprego, melhores estradas e uma saúde melhor. Tem gente preocupada em pegar o livro de história, ficar mudando as letras, os adjetivos. Isso pra mim é preocupante e dispensável”, afirmou Zema que questionou o número de ministérios do governo Lula.
O governador ainda elogiou a reforma da previdência e a gestão das empresas públicas durante o governo Bolsonaro. “As estatais deixaram de ser ferramenta da politicagem e passaram a dar um resultado como nunca deram, o que ajuda muito. É o que nós fizemos aqui e estamos fazendo na Cemig e na Copasa, e não ser um cabide de emprego”, pontuou.
Apesar da fala, o governador tem indicado aliados para as empresas públicas no Estado, como foi o caso do ex-secretário de governo, Igor Eto, que assumiu um cargo de assessoramento na presidência do BDMG, e da ex-deputada Laura Serrano, que assumiu a presidência da Arsae. O presidente estadual do partido Novo, Christopher Laguna, também foi indicado para a Copasa, onde é assessor do presidente.
Futuro político
Questionado sobre seu futuro quando deixar o governo do Estado em 2026, Romeu Zema disse que se depender de sua vontade, ele gostaria de voltar “a sua vida normal” em Araxá.
“Eu quero voltar para a minha vida normal. Eu sempre fui distante da política, critiquei muitos políticos do setor público e durante oito anos eu acho que eu dei uma contribuição. Vou entregar um Estado muito melhor do que há cinco anos, que não pagava salário, nem 13º, nem prefeituras. Então, hoje a situação é outra e se depender de mim, eu volto lá pra minha cidade natal, para os negócios que eu sempre acompanhei. Não vou ser mais presidente da empresa que eu já saí, mas posso contribuir muito no conselho”, afirmou o governador.
Segundo ele, apesar de não possuir pretensão política, ele pretende ser cabo eleitoral e apoiar um sucessor em 2026. “Eu quero que Minas Gerais tenha um bom governador, eu quero que o Brasil tenha um bom presidente e vou fazer o meu papel. Estarei participando, mas acho que muito mais provável como governador e eleitor do que como candidato”, finalizou.