Câmeras de segurança de uma academia registraram o início das agressões de um personal trainer contra um aluno em Bauru (SP). O caso foi registrado em maio deste ano, mas as imagens só foram divulgadas no sábado (9), após a vítima processar o estabelecimento por danos morais.
Nas imagens, é possível ver o momento em que o aluno aborda o professor e mostra algo para ele no celular. Na sequência, o personal trainer parece se irritar com a atitude e eles começam a discutir.
Neste momento, o educador físico passa a empurrar a vítima. Um outro colega de trabalho chega a tentar contê-lo, mas desiste, e as agressões continuam. O professor segura a cabeça da vítima e, segundo ela, a enforca.
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Conforme relato do aluno no boletim de ocorrência, as agressões começaram após ele questionar o uso de meias para executar um exercício com o professor.
Ainda segundo a vítima, o personal trainer teria começado a xingá-lo e ameaçá-lo, afirmando que iria “lhe mandar para o hospital e lhe matar” caso o visse fora da academia. O aluno também disse à polícia que, em meio à briga, o instrutor o pegou pela gola da camisa e o empurrou contra a parede, agarrando-o pelo pescoço e dando três tapas no rosto dele.
Ao g1, o aluno afirmou que desde o momento em que passou a frequentar a academia foi perseguido pelo suspeito das agressões. Segundo ele, por ser bissexual, a maioria dos comentários era de cunho homofóbico.
“Entrei na academia em 2016 e ele sempre fez comentários sobre minhas roupas, sobre o rapaz com quem eu tinha um caso. Sempre foi agressivo, inclusive nas redes sociais”, conta.
Indenização por danos morais
No dia 10 de novembro, o suspeito das agressões assinou um termo circunstanciado se propondo a pagar R$ 900 a entidades beneficentes para que o processo não siga criminalmente.
Foto: Arquivo pessoal.
No termo, o promotor de Justiça responsável pelo caso, Alex Ravanini Gomes, apresentou a proposta de aplicação de pena restritiva de uma prestação pecuniária que será paga em três parcelas de R$ 300, uma vez que o acusado é réu primário, resultando no arquivamento do processo.
No sábado (9), a acusação entrou com uma ação na Justiça de indenização por danos morais contra a academia, no valor de R$ 63,7 mil. O processo foi protocolado na 3ª Vara Cível do Foro de Bauru.
O que diz a academia?
Questionada sobre o caso, em maio de 2023, a academia confirmou que “houve um desentendimento entre um personal trainer, que não é funcionário da academia, e um aluno. Porém, não houve agressão”.
A instituição ainda ressaltou que o agressor é um personal trainer que dá aulas particulares no lugar. “Ele não tem vínculo nenhum com a empresa”, diz o comunicado.
“Assim como outros personais que pagam mensalidade e dão aulas aqui dentro, ele usa um uniforme com a identificação de personal trainer para diferenciar dos professores que trabalham em sala. No caso, estes, sim, são funcionários”, finaliza.
O g1 questionou a academia no sábado sobre o caso novamente, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Fonte: g1.