O Banco Safra protocolou na Justiça de São Paulo na manhã desta segunda-feira (27) petição em que informa ter feito na última sexta-feira (24) averbação premonitória na matrícula da casa de 2.600 metros quadrados em que Ana Hickmann vive, em Itu (a 100 quilômetros da capital). Isso significa que, caso a apresentadora consiga vender o imóvel, uma parte do valor será bloqueado para pagar o Safra, para quem ela deve R$ 1,6 milhão.
A mansão era o último imóvel conhecido de Ana Hickmann que ainda não estava com nenhuma restrição para venda. Além da casa de Itu, o Safra fez o mesmo procedimento com um apartamento na rua Monte Alegre (Perdizes, zona oeste) e um terreno no Pacaembu, à venda por R$ 6,5 milhões.
Um apartamento na Pompeia e cinco veículos da apresentadora já estavam bloqueados pela cooperativa Sicredi, que cobra R$ 2,5 milhões de Ana Hickmann e de seu marido, Alexandre Correa.
A averbação premonitória não impede a venda do bem. Trata-se de uma anotação no registro do imóvel em cartório ou de veículo no Detran de que o bem está bloqueado para pagamento de dívida. Não depende de decisão judicial. Segundo o advogado Gil Ortuzal, é um ato de publicidade, que serve para alertar ao eventual comprador de que parte do dinheiro a ser pago terá de ser destinado ao credor da dívida.
Ana Hickmann vem enfrentando desde junho uma grave crise de liquidez e crédito. Deste então, ela e seu marido vêm sendo alvos de dezenas de ações de execuções de dívidas na Justiça. Segundo o Banco Safra, no final de outubro eram 46 ações exigindo R$ 14,6 milhões.
Mais da metade desse valor (cerca de R$ 8,5 milhões) é dívida de empréstimos contraídos recentemente, de setembro do ano passado para cá. Além do Safra e da Sicredi, o casal deve para o Banco do Brasil (R$ 2,6 milhões), Bradesco (R$ 1,2 milhão), Caixa Econômica Federal (R$ 682 mil) e Banco Original (R$ 513 mil).
A crise financeira foi o motivo da agressão que Ana diz ter sofrido de Alexandre Correa no último dia 11, na mansão de Itu. Em entrevista ao Domingo Espetacular, da Record, Ana insinuou que Correa dilapidou seu patrimônio e o acusou de ter falsificado sua assinatura.
“Eu ainda não posso entrar em detalhes, porque a investigação toda está correndo sob sigilo. O que posso dizer é que, na quinta-feira que antecedeu essa situação toda, essa agressão dentro da minha casa, eu encontrei documentos, encontrei cheques, encontrei muita coisa que… Algumas, quando eu olhei, eu não consegui identificar pra que serviam, se eram lícitas ou ilícitas, assinaturas que eu tenho certeza de que não são minhas, valores que eu me deparei e falei: ‘Não é possível, se isso aqui passou por aqui, por que tudo isso está acontecendo, e onde está isso?”, afirmou Ana a Carolina Ferraz.
Enio Martins Murad, advogado de Alexandre Correa, negou as acusações e disse que inexiste “uma grande investigação de fraude, desvio, falsidade ideológica”. “Não existe nenhum processo sobre isso. Se existisse, ela teria mostrado. Explicando melhor, trata-se de especulação”, disse Murad ao Notícias da TV.
De acordo com Murad, as empresas de Ana Hickmann passam por uma crise conjuntural. “Toda empresa no Brasil de hoje está passando por dificuldades, e Ana Hickmann está demonstrando imaturidade para lidar com o tema”, diz.
“Se por acaso ela entendeu que ele agiu errado na gestão dos negócios, é só fazer um encontro de contas e um ajuste contábil. A estratégia da Ana é destruir a imagem de Alexandre como administrador de empresa e como marido. Só que as declarações dela não foram comprovadas. A exemplo da empregada que negou a agressão e ameaça, é tudo especulação e que será esclarecido”, completou Murad.
Procurada, a assessoria de Ana Hickmann não se manifestou. A apresentadora tem divulgado nota afirmando que não pode comentar o assunto da investigação por causa de sigilo.