Um incidente grave a bordo de um voo comercial nos EUA quase terminou em tragédia após o copiloto sacar uma arma para o comandante. O caso aconteceu em agosto de 2022, mas só foi revelado agora com o indiciamento no último dia 18 de Jonathan J.Dunn, por interferência ilícita no voo.
Jonathan é californiano e era copiloto de uma companhia aérea dos EUA, inscrito no programa Federal Flight Deck Officer (FFDO), que lhe permitia levar consigo uma pistola 9mm a bordo da aeronave, em porte velado.
“Depois de uma discussão sobre desviar ou não o avião devido a uma emergência médica a bordo, Dunn disse para o Comandante que iria atirar várias vezes se o avião fosse desviado”, afirma o documento da corte obtido pela ABC News. Apesar da companhia aérea não ter sido divulgada, o copiloto responderá num tribunal de Salt Lake City, que é uma das grandes bases da Delta Air Lines.
O copiloto pode pegar até 20 anos de prisão pelo crime de interferência ilícita na aviação, que também é encaixado o termo de sequestro de aviões e ameaça contra a tripulação, sendo o mesmo indiciamento que um piloto da Alaska está sendo processado após tentar desligar os motores em voo semanas atrás.
O FFDO é um programa implantado pela Agência de Segurança dos Transportes dos EUA (TSA), que foi criada após os ataques de 11 de setembro de 2001. Assim como a TSA, o programa visa evitar novos ataques terroristas em aeroportos.
Para isso os pilotos voluntários são treinados para reação armada dentro do avião, e lhe são fornecidas as pistolas austríacas Glock G19 de 5ª geração no calibre 9mm, o mais popular e eficaz para armas curtas.
Os pilotos também podem optar por usar a sua própria arma, desde que seja no mesmo calibre e com parâmetros similares como tamanho e nível de confiabilidade da fabricante.
Até hoje ocorreram alguns raros incidentes com pilotos que são oficiais do FFDO, mas todos envolviam deixar a arma desacompanhada ou fora do local adequado, sem de fato estar próximo de um disparo intencional ou não. O número exato de pilotos no FFDO não é revelado por questão de segurança, mas a TSA tem armas suficientes para equipar até 10 mil aviadores.
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