Na noite da última segunda-feira (15), o candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes foi entrevistado no programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura.
Confira a apuração feita pelo Terra Brasil sobre as afirmações do candidato:
Dívida pública
“Você tem ideia de quanto o governo brasileiro pagou desse mesmo cofre de juros para banco e para 10 mil famílias abastadas do Brasil de maio a maio? […] R$ 500 bilhões”
Candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), em entrevista no Roda Viva, em 15 de agosto de 2022
De fato, os gastos do governo com juros da dívida pública atingiram R$ 500 bilhões entre maio de 2022 e maio de 2021. No entanto, é falso que o valor tenha sido destinado somente a bancos e “famílias abastadas”.
Segundo o Relatório Mensal da Dívida Pública Federal de maio, 29,6% dos detentores dos títulos públicos federais são instituições financeiras e 23% pertenciam a fundos previdenciários, que inclui, por exemplo, fundos de funcionários da Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e outras instituições.
Já 23,2% desses fundos pertencia naquele mês a fundos de investimentos, dentre outros que fazem aplicações no Brasil.
Endividamento dos estados
“Hoje, 23 dos 27 estados brasileiros estão quebrados. Antes dos 20 bilhões de reais que o Bolsonaro tirou dos estados para fazer subsídio ao lucro exorbitante da Petrobras para tentar falsear a política de preço na véspera da eleição”
Candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT), em entrevista no Roda Viva, em 15 de agosto de 2022
O candidato já havia feito uma afirmação semelhante em entrevista à CBN, a qual foi verificada pela reportagem do Yahoo! Notícias.
Conforme dados doTesouro Nacional, cinco estados apresentam dívidas que ultrapassam 50% de suas respectivas receitas consolidadas, são eles:
- Rio de Janeiro – 198,7%
- Rio Grande do Sul – 182,5%
- Minas Gerais – 169,3%
- São Paulo – 126,6%
- Santa Catarina – 53,1%
Conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal, os estados entram em patamar de alerta a partir de um endividamento de 180%, enquanto o limite do endividamento é de200%.
Além disso, segundo a análise da capacidade de pagamento dos estados, sete estados não apresentam boa saúde fiscal. Ou seja, um novo endividamento desses estados representaria um risco de crédito para o Tesouro Nacional. São eles:
- Rio de Janeiro
- Rio Grande do Sul
- Minas Gerais
- Rio Grande do Norte
- Tocantins
- Goiás
- Amapá
Os demais estados são considerados aptos para obter novas garantias.