A Frente Parlamentar Evangélica enviou, nesta semana, um recado ao Planalto. Se o presidente Lula indicar Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), o atual ministro da Justiça e Segurança Pública não terá a mesma abertura que Cristiano Zanin teve com a bancada no Senado, avisou o senador Carlos Viana (Podemos-MG).
Viana não esconde sua preferência pelo advogado geral da União, Jorge Messias, que é uma das opções de Lula para o cargo no Supremo. “Messias é batista e seria visto como um gesto de pacificação do presidente Lula com nosso segmento”, disse. Lula tem sido orientado a protelar a escolha.
No Congresso, a Frente Parlamentar Evangélica é coordenada pelo deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), sucessor de Eli Borges (PL-TO), e possui um total de 26 parlamentares signatários. No Senado, além do presidente Carlos Viana, a frente é vice liderada pela senadora Damares Alves (Republicanos).
Durante os primeiros 6 meses do governo Lula, a desaprovação dos evangélicos subiu 6 pontos percentuais, de 56% em janeiro para 62% em junho, segundo pesquisa do PoderData.
Quem é Jorge Messias
Jorge Messias, ex-procurador da Fazenda Nacional, foi o indicado do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), responsável por representar a União. Funcionário de carreira, foi o nome mais sugerido para ocupar a posição por procuradores da Fazenda e advogados da União, por meio do Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal.
Durante o governo Dilma Rousseff (PT), Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos (SAJ) da Presidência, entre outras posições jurídicas. Ele é o “Bessias” mencionado pela então presidente em uma conversa telefônica com Lula vazada pelo então juiz federal Sergio Moro, em 2016. Na ligação, Dilma dizia que enviou por meio do assessor o termo de posse para Lula assinar e ser nomeado ministro da Casa Civil.
No governo federal, Messias foi subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil, de 2015 a 2016; secretario de regulação da educação superior no Ministério da Educação, entre 2012 e 2014; e consultor jurídico nos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia, em 2011 e 2012.
Na equipe de transição do governo, Messias participou do grupo técnico de transparência, integridade e controle.
Com informações: Estadão.