O perfil no Instagram de Sayid Tenório, apoiador do Hamas e vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina, sai do ar, nesta terça-feira, 10.
Na página, havia um post com fotos nas quais Tenório aparece ao lado do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A publicação ocorreu dois dias antes dos ataques contra Israel.
“Presenteei o ministro com o livro de minha autoria, Palestina, do mito da terra prometida à terra da resistência, publicado pela Editora Anita Garibaldi e Ibraspal”, disse Sayid.
Em nota, a assessoria de Padilha confirmou o encontro, mas limitou-se a dizer que se tratou de uma “visita de cortesia”. Além disso, observou que o ministro repudiou, anteriormente, os ataques do Hamas contra Israel.
No documento, contudo, não há menção ao ajuntamento radical. “O ministro Alexandre Padilha já manifestou publicamente seu repúdio aos atos terroristas ocorridos no último sábado e seu desejo de que a comunidade internacional atue para conter a escalada de violência na região”, afirma a nota.
Ministros de Lula têm evitado citar o nome Hamas
Desde o início dos ataques contra Israel, ministros de Lula evitaram citar o nome “Hamas” em notas de repúdio aos assassinatos de inocentes, por terroristas.
Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, limitou-se a dizer: “O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lamenta profundamente a morte do cidadão brasileiro Ranani Nidejelski Glazer, vítima dos atentados do dia 7 de outubro em Israel”.
Adiante, Almeida disse que a pasta manifesta solidariedade à família e aos amigos de Ranani e “reitera a manifestação do Estado brasileiro de repúdio a ataques contra a população civil”. “A Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos transmitirá as informações recebidas ao Itamaraty acerca da situação dos brasileiros na zona de conflito”, disse ele.
O próprio presidente Lula não citou o Hamas no comunicado no qual repudia os ataques.
Celso Amorim prefaciou livro a favor do grupo terrorista
Assessor especial do presidente Lula, o ex-chanceler Celso Amorim assinou o prefácio do livro Engajando o Mundo: a Construção da Política Externa do Hamas. Publicado em maio deste ano, a obra é de autoria de Daud Abdulah, pesquisador do Oriente Médio com atuação na Europa.
No livro, Abdulah exalta o “lado diplomático” do grupo terrorista Hamas e os esforços do ajuntamento de radicais para divulgar sua causa ao redor do mundo. Abdulah também contesta a “deturpação”, por parte do Ocidente, das atividades da milícia Palestina.
“O presidente Lula e eu defendemos um diálogo amplo e não discriminatório entre palestinos”, lembra Amorim, no prefácio, ao mencionar que o Brasil enviou um representante a Gaza para discutir com autoridades do Hamas, em governos anteriores do PT.
No fim de semana, terroristas do Hamas surpreenderam Israel com uma série de ataques que deixaram centenas de mortos, feridos e desaparecidos. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram mulheres sendo raptadas e homens, mortos.
Apesar das cenas de barbárie, Celso Amorim minimizou os atos do Hamas ao dizer que a reação do grupo veio “depois de anos e anos de tratamento discriminatório, de violências, não só na própria Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia”. O assessor especial concedeu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Revista Oeste