O médico Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, foi o único que sobreviveu ao ataque a tiros sofrido por um grupo de médicos no Rio de Janeiro. Ele teve de passar por uma cirurgia de quase 10 horas no Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Proença levou 14 tiros e ficou com 24 perfurações no corpo, mas o atendimento rápido foi fundamental para sua sobrevivência.
A cirurgia de emergência teve a participação de 18 profissionais, com quatro ortopedistas, quatro anestesistas, quatro cirugiões gerais, um cirurgião vascular, dois enfermeiros e três técnicos de enfermagem, informou o jornal O Globo.
Proença recebeu uma transfusão durante a cirurgia, já que a hemorragia costuma ser a principal causa da morte dos que, em um primeiro momento, sobrevivem a execuções.
Do grupo, três médicos foram mortos depois de terem sido alvejados por criminosos.
Proença levou dois tiros de raspão no corpo. Os outros 12 disparos atingiram o tórax, o intestino, a pélvis, a mão, as pernas e o pé. O órgão mais atingido foi o intestino. Proença, porém, está em estado estável e foi transferido para um hospital particular, segundo o g1.
Ele publicou mensagem nas redes sociais. “Pessoal, tô bem, viu?”, disse. “Tá tudo tranquilo, graças a Deus. Só algumas fraturas, mas vai dar certo. A gente vai sair dessa juntos. Valeu pela preocupação. Obrigado!”
Vítimas eram médicos com muita experiência na área de ortopedia
O ataque ocorreu perto de um quiosque, na altura do Posto 4, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. As testemunhas viram que um grupo saiu de um carro e atirou contra os médicos. As vítimas eram especializadas em ortopedia: Perseu Ribeiro de Almeida, 33; Marcos Andrade Corsato, 63; e Diego Ralf Bonfim, 35. Proença sobreviveu.
Corsato era diretor do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Ele morreu na hora. Corsato faria 63 anos na semana que vem.
Diego Bonfim atuava com reconstrução óssea no Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina e irmão da deputada federal Sâmia Bonfim (Psol-SP).
Perseu de Almeida completou 33 anos na terça-feira 3. Nascido na Bahia, ele fazia especialização em São Paulo. Era especialista em cirurgia do pé e tornozelo também pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP
Polícia continua as investigações sobre o crime no Rio de Janeiro
A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ)investiga, a princípio, a possibilidade de o médico Perseu Ribeiro Almeida ter sido confundido com o miliciano Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho do Dalmir Pereira Barbosa, tido como chefe da milícia de Rio das Pedras.
O governador Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro, disse que irá até o fim nas investigações. Ele atribuiu o crime à ação de uma “máfia”.
A Universidade de São Paulo (USP) lamentou os assassinatos. A Sociedade Brasileira de Ortopedia (SBOT), por sua vez, repudiou o crime e ressaltou que, além do pesar pela morte dos profissionais, há a preocupação com a escalada da violência no país.
Revista Oeste