Uma pesquisa da Universidade Harvard, dos Estados Unidos, sugere que o consumo de adoçantes artificiais e alimentos ultraprocessados podem levar à depressão. O estudo foi realizado em parceria com o Hospital Geral Brigham, no Estado norte-americano de Massachussetts.
Os pesquisadores do estudo avaliaram a dieta de mais de 30 mil mulheres de 35 a 58 anos. Em seguida, eles chegaram à conclusão de que quase 7 mil delas apresentavam sinais de depressão.
Os estudiosos sugeriram que o consumo de ultraprocessados é, possivelmente, o principal culpado pelo surgimento da doença nas mulheres. Na lista, pesquisadores citaram salgadinhos, molhos e refeições prontas como itens na dieta das participantes.
Além disso, os pesquisadores associaram as taxas elevadas do aumento de depressão ao uso de adoçantes artificiais. Esse tipo de produto é considerado um potencial agente cancerígeno, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Especialistas explicam que mais estudos são necessários para confirmar a ligação dos adoçantes artificiais com a depressão
Apesar dos resultados do estudo, alguns especialistas no assunto explicaram que não há evidências suficientes que liguem diretamente esses tipos de alimentos a quadros de depressão.
Duane Mellor, nutricionista da Universidade Aston, no Reino Unido, explicou os prováveis motivos da ligação entre o adoçante artificial com o transtorno psicológico.
“Os pesquisadores especulam que isso pode ocorrer devido a compostos que chegam ao cérebro”, disse Duane. “Esta pesquisa não fornece evidências que apoiem isso [ligação do adoçante com a depressão] porque a opção das pessoas com depressão em tomar bebidas açucaradas pode ser apenas questão de gosto, em vez de causal.”
O Dr. Sharmali Edwin Thanarajah, neurologista da Alemanha, afirmou que, embora as descobertas sejam promissoras, são necessárias mais pesquisas. “Este estudo fornece uma visão sobre o papel potencial dos adoçantes artificiais na saúde física e mental, mas, para isso se confirmar, é necessário mais pesquisas, além de dados observacionais.”