O laudo pericial de Bruno Teixeira, 26, apontou que o rapaz morreu de “infarto agudo do miocárdio” possivelmente provocado por “esforço excessivo”. O jovem passou mal e morreu após uma “maratona surpresa” organizada pelo grupo de Pablo Marçal, no início de junho, em Alphaville, em São Paulo.
O que aconteceu:
Em nota enviada ao UOL, a assessoria de Pablo Marçal disse que “continua consternada com essa fatalidade” e que o laudo “ajudará a trazer paz para a família que busca respostas”. Leia a nota no fim da reportagem. Bruno era prestador de serviços de uma das empresas ligadas a Pablo Marçal.
O laudo pericial, assinado pelo legista Diogo Crevatin Sheldon, informa que o documento foi pedido pela autoridade policial e que Bruno chegou sem vida ao pronto-socorro, segundo relatório hospitalar. O laudo foi obtido pelo irmão do jovem, Luciano Teixeira, junto ao IML (Instituto Médico-Legal), e repassado ao UOL.
O médico legista apontou que o corpo do rapaz não tinha lesões externas e o exame toxicológico solicitado deu o resultado negativo para todas as substâncias pesquisadas.
“Um esforço excessivo pode ter sobrecarregado o músculo cardíaco e levado ao infarto”, escreveu o legista no laudo pericial, concluído na terça-feira (12). Também é apontado que a morte do rapaz ocorreu em “decorrência de causa patológica, sem indícios de violência”.
Ainda no laudo, o médico também cita a existência de “necrose em banda de contração de cardiomiócitos [células do músculo cardíaco], em raros focos”, no coração de Bruno, entre outros efeitos nos outros órgãos do rapaz.
Ao UOL, Luciano Teixeira disse que a família de Bruno deve se encontrar na próxima terça-feira (19) com a autoridade policial responsável pelo caso para saber o andamento das investigações e questionar se o laudo pericial já foi recebido pela corporação.
A reportagem tenta contato com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) para saber o andamento da apuração do caso. A nota será atualizada tão logo haja manifestação.
“Para nós [família], só foi angustiante esperar esses 90 dias para sair o laudo e continuar as investigações, mas a família já estava sabendo que no toxicológico não iria dar nada e ele nunca teve problema nenhum no coração. Isso é bom para provar para as pessoas que a família sabe da índole dele [Bruno] e sabia que ele não tinha problema algum no coração. Tudo ocorreu por conta dessa loucura, dessa maratona clandestina, não tem explicação. Essa maratona clandestina que acabou acarretando na morte dele” (Luciano Teixeira ao UOL).
O que diz Marçal?
Procurados pelo UOL, a assessoria de Marçal disse que Bruno não fez uma maratona, mas sim “um treino entre amigos e cada um andava no seu próprio ritmo, haja vista que aqueles que treinavam estavam em altura de treinos diferentes, ficando bastante espalhados na rua em que corriam”.
“Infelizmente Bruno acabou parando seu treino antes de concluir 15 quilômetros”, informa a nota. O rapaz passou mal e foi socorrido antes de chegar ao 15º quilômetro da maratona.
No texto, a assessoria do coach ainda diz que muitas pessoas morrem por dia em decorrência de problemas cardiológicos no Brasil. “O que esperamos de fato é que Deus conforte os corações dos familiares, ficando o alerta para a sociedade, cuide do seu coração por que dele procede todas as fontes da vida”, concluiu a nota.
“As maratonas possuem 42,2 KM e precisam de planejamento. Bruno já corria, não foi nenhuma aventura ou novidade para ele. Em seu próprio Instagram consta que o mesmo corria desde 2018. A insistência da família é de achar um culpado para uma fatalidade, que no caso específico não existe, uma vez que a causa mortis é uma patologia. Procuram a todo custo vincular a perda do ente querido a imagem de Marçal, que inclusive estava dormindo e foi acordado para ser informado do ocorrido” (Assessoria de Pablo Marçal em nota ao UOL).
Fonte: UOL.