Imagens feitas por 45 câmeras de segurança das duas cidades mais atingidas pelo ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul – obtidas com exclusividade pelo Fantástico – mostram como começou a tragédia que matou 43 pessoas até o momento e deixou 46 desaparecidos. (veja no vídeo acima)
Às 9h de segunda-feira (4), os moradores das cidades de Muçum e de Roca Sales, no Vale do Taquari, seguiam a rotina em um dia chuvoso, mas, a 80 quilômetros dali, uma câmera instalada no Rio das Antas, em Cotiporã, na Serra Gaúcha, já mostrava o perigo a caminho: o nível da água começava a subir rapidamente.
Uma hora e meia depois, a ponte que aparecia antes nas imagens desaparece; a água sobe tanto que engole a câmera no alto. Todo esse volume de água seguiu para o Rio Taquari.
A essa altura, as cidades que ficam às margens do rio já tinham sido informadas sobre o avanço das águas, mas tudo seguia normalmente. Muitos moradores não acreditavam na dimensão do que estava por vir. Quando anoiteceu, no entanto, em Muçum, as ruas já estão tomadas pelo rio e, em Roca Sales, a praça também começava a encher.
Conforme a água vai subindo, muitas pessoas começaram a se arriscar para tentar deixar suas casas ou subiram nos telhados. Os pedidos de ajuda começaram.
“Eram várias famílias inteiras em cima dos telhados, desde bebês até idosos com aparências próximas a 80 anos de idade. Eu não estou falando de uma rua ou uma vila. É uma cidade inteira embaixo d’água. Todas precisavam de resgate e nós tínhamos que escolher: ‘não, aquela está mais grave, aquela lá é uma senhora mais idosa. Ali tem uma criança. Aquela tá em maior risco de cair'”, relembra o comandante da PRF Sérgio Renato Barbosa Mota.
Segundo a Defesa Civil, 88 municípios gaúchos foram atingidos.
“Foi feito o alerta para todas as comunidades, mas foi muito além do que se estava esperando”, afirma o governador Eduardo Leite.