Os metroviários decretaram greve por tempo indeterminado com 100% da frota paralisada, após rechaçar a proposta da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) de reajuste de apenas 3,45%, sem aplicação no Piso, em decisão unânime da categoria na Assembleia Geral na noite desta quinta, 10 de agosto.
“O Governo Lula é uma decepção para os trabalhadores metroviários, pois na campanha se comprometeu em retirar a CBTU da privatização, mas mantém o posicionamento de Bolsonaro”, reclamaram.
O presidente do Sindmetro-PE, Luiz Soares, criticou a proposta enviada pela SEST (Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais).
“Se teve gestos para tentar negociar e evitar essa greve, veio dessa categoria, sempre estivermos abertos à negociação. Fizemos uma paralisação de 24h, outra paralisação de 48h. Aceitamos a proposta do TRT6 e do MPT de sentar e conversar. Novamente, em busca de acordo, aceitamos a proposta do MPT de solicitar 7% de reajuste, porém, mais uma vez, a empresa chegou sem nenhuma proposta”, afirmou.
Luiz explicou que a procuradora-chefe do MPT em Pernambuco, Ana Carolina Lima Vieira, que comandou a mediação, ligou para SEST e solicitou um índice. Após muito tempo, foi apresentado o índice de 3,45% sem aplicação no Piso. “É um absurdo, uma proposta indecente. Nós não esperávamos isso do Governo Lula”, afirmou.
O vice-presidente do Sindmetro-PE, Assis Filho, falou sobre a proposta da SEST. “É hora de dar a resposta, a gente vai radicalizar. Greve total, não tem isso de 40%, ou 60% não. É 100% de frota parada”, prometeu.
“O presidente Lula precisa saber que quem o elegeu não foram os empresários privatistas e sim a classe trabalhadora. Retiramos o inominável do poder e colocamos Lula no lugar dele, após ele nos prometer a retirada da CBTU do Programa Nacional de Desestatização. Oito meses se passaram e nada foi feito. Iremos para cima, fortes, unidos e sem medo”, disse o maquinista Leandro Félix.
“A nossa decepção tem nome e sobrenome: Luiz Inácio Lula da Silva. Nós votamos nele para que ele mudasse a política do governo anterior. Nós não somos gados para apanhar calados, gados são os bolsonaristas. A gente questiona, se posiciona e vamos à luta”, disse o metroviário Arquimedes.
Créditos: JC Online.