Ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) afirmou que providências estão sendo tomadas após negociações com o MST
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou nesta quarta-feira (2/8) que a invasão mais recente de integrantes do Movimento Sem Terra (MST) à sede da Embrapa em Petrolina (PE) foi motivada por “ansiedade”. Segundo o titular da pasta, as negociações com lideranças do movimento estão indo muito bem, inclusive, com rapidez atípica às ações do poder público.
“Não foi uma invasão, foi um protesto. Tem uma agenda do MST com o Incra que vem de abril para cá, está indo muito bem. Mas eles ficaram ansiosos, fizeram aquele protesto e já saíram imediatamente”, minimizou Teixeira em conversa com jornalistas, antes de reunião no Palácio do Planalto.
“O mundo caminha, a ansiedade deles baixou porque foram prestadas contas de todos os procedimentos, todas as providências que precisavam ser adotadas”, prosseguiu.
Na última segunda (31/7), cerca de 1.550 integrantes do MST ocuparam a área da Embrapa de Petrolina, no sertão de Pernambuco. O movimento cobrou ações concretas do Executivo na implementação da reforma agrária.
Horas depois, eles deixaram o local, após acordo com o governo federal. Segundo o grupo, a desocupação do local aconteceu depois que a gestão Lula prometeu assentar as famílias do MST.
No mesmo dia, Teixeira afirmou à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, que tratava-se de um “protesto“, não invasão.
O ministro do Desenvolvimento Agrário explicou ainda que não chegou a se reunir com lideranças do MST, e sim membros da equipe dele. “Eu achei desnecessário fazer essa reunião pela ansiedade, minha equipe que a fez”, esclareceu.
“Eles prestaram contas e mostraram o quão rápido as coisas estão andando. As providências andaram numa rapidez que não é própria do poder público. As coisas estão indo bem.”
Ação na sede da Embrapa
Na invasão, os integrantes do MST tomaram a estrutura do “Semiárido Show”. Trata-se de feira de tecnologia para agricultores familiares da região que ocorreria da terça-feira (1º/8) a sexta-feira (4/8).
O local ocupado pelos integrantes do movimento é conhecido como “Embrapa Semente Básica” e auxiliava no comércio de sementes e mudas básicas até 2019.
O MST acusa o governo Lula de descumprir os acordos firmados após a invasão das mesmas terras, em abril, durante a Jornada Nacional de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária, conhecida como “Abril Vermelho”.
“O MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) rompeu com todos os acordos e tenta fazer o seminário Show sem cumprir nada do que foi acordado para resolver a questão das famílias acampadas. Não queremos atrapalhar o Seminário Show, mas, ao mesmo tempo, não vamos permitir que seja realizado se não for cumprido o mínimo do mínimo, para que a gente possa organizar as coisas e as famílias no mínimo puder ser assentadas”, afirmou o movimento em comunicado.