O presidente Lula (foto) assumiu a presidência do Mercosul nesta terça, 4, em uma cerimônia na cidade argentina de Puerto Iguazú. O encontro reuniu os presidentes dos países que são membros-plenos: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Dos quatro, Lula foi o único a não citar a venezuelana Maria Corina Machado, inabilitada por 15 anos na semana passada.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou: “O que aconteceu agora com Maria Corina Machado é algo que estamos considerando, sim, e estamos colocando na mesa de diálogo. É lá que precisamos falar desses assuntos“.
O presidente do Paraguai, Luis Lacalle Pou, disse: “Está claro que a Venezuela não vai sair para uma democracia saudável. Quando há um indício de possibilidade de uma eleição, uma candidata como Maria Corina Machado, que tem um enorme potencial, é desqualificada por motivos políticos, e não jurídicos”.
O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benitez, afirmou: “Hoje vemos uma violação dos direitos do povo venezuelano, de María Corina Machado, que atacam o nervo da democracia venezuelana“.
Lula, contudo, disse: “Eu não conheço os pormenores do problema de uma candidata na Venezuela. Não conheço os pormenores. Pretendo conhecer. Eu estive com o papa Francisco agora e assumi o compromisso de falar com o Daniel Ortega para falar da disputa lá com setores da Igreja. Naquilo que a gente puder contribuir, quem tiver relação, quem puder dar um palpite, nós temos de conversar. O que não pode é a gente isolar (a ditadura) e levar em conta que os defeitos estão apenas de um lado. Os defeitos são múltiplos“.
O petista não apenas foi o único a não citar Maria Corina Machado pelo nome, como ainda insinuou que a oposição ao ditador Nicolás Maduro tem defeitos.
Mais tarde, Lula lembrou um lema de sua campanha: “Ninguém larga a mão de ninguém“.
O que o brasileiro não solta mesmo é a mão do ditador venezuelano, acusado de crimes contra a humanidade.
Créditos: O Antagonista.