Foto: Ricardo Stuckert
A revista britânica The Economist publicou um artigo com críticas ao presidente Lula e ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, pelo encontro entre ambos na semana passada, para a cúpula da Unasul.
“Após uma série de abraços e tapinhas nas costas, Lula descreveu seu hóspede, que em 2020 recebeu uma recompensa de US$ 15 milhões do governo dos Estados Unidos por ‘narcoterrorismo’, como vítima de ‘uma narrativa construída de autoritarismo’”, diz o texto. “Ele declarou ser ‘absurdo’ rotular Maduro de líder ilegítimo, já que foi ‘eleito pelo povo’; um argumento sofístico que evita o contexto da eleição fraudada em 2018, que 60 governos globalmente declararam ser fraudulenta.”
Em outro trecho, a The Economistlembra que Maduro enfrenta graves acusações de violação aos direitos humanos, incluindo tortura. “Sob Donald Trump, as sanções americanas foram impostas ao país e à sua indústria petrolífera”, observa a revista. “Mas isso não deteve Lula em seus elogios exagerados. ‘Nossos adversários’, declarou, ‘terão que se desculpar pelos danos que causaram à Venezuela’.”
“Por que Lula está se aconchegando com seu vizinho desagradável?”, interpela a The Economist. “A explicação mais simples é que o presidente é um esquerdista da velha guarda, e o instinto do fundador do Partido dos Trabalhadores sempre será o de ver o regime de Maduro não como uma cabala corrupta, mas como uma vítima das maquinações dos ‘imperialistas’.”
A The Economist listou as críticas que o ditador recebeu de presidentes de esquerda, como Lacalle Pou (Uruguai) e Gabriel Boric (Chile). Por fim, a revista afirma que “quaisquer que sejam as razões para a firme defesa de Maduro por Lula, o tiro saiu pela culatra”.
Em 2022, a The Economist “fez o L” e declarou apoio a Lula.
Revista Oeste