Candidato petista reclamou de relacionamento de Jair Bolsonaro com a Câmara com relação a emendas parlamentares
O ex-presidiário Lula (PT) usou o escândalo do ‘Mensalão’ como referência para criticar a prática de ‘Orçamento secreto’ ligada ao governo de Jair Bolsonaro (PL), rival nas eleições à Presidência deste ano. A declaração aconteceu durante participação em evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Universidade de Brasília, nesta quinta-feira, 28.
Com as emendas de relator, chamadas de ‘Orçamento secreto’, parlamentares destinaram recursos da União a seus Estados sem serem identificados. A oposição acusa os políticos que recebiam a verba de serem escolhidos pelo governo sem critérios técnicos, em troca de apoio no Congresso. Ações em trâmite no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal de Contas da União (TCU) contestam a prática.
Lula fez crítica às emendas de relator, usando como referência o escândalo do ‘Mensalão’, ligado a compra de parlamentares aliados, em episódio que manchou o seu primeiro mandato na Presidência (2003-2006) e derrubou nomes importantes do governo na época, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu.
Ao mesmo tempo, o petista defendeu o governo de sua sucessora no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff — que foi alvo de impeachment em 2016 em razão de “pedaladas fiscais”, operações no orçamento público realizadas pelo Tesouro Nacional e não previstas na legislação.
“Não imaginava que fosse haver um golpe da presidenta Dilma. Veja que inventaram uma pedalada para colocar no lugar da pedalada uma ‘motociata’, muito mais grave. Fizeram um tremendo Carnaval com o ‘Mensalão’ e hoje estão aprovando o ‘Orçamento secreto’, que é a maior excrescência da política orçamentária do país, em que o presidente não tem poder sobre o Orçamento. É a Câmara que dirige o Orçamento”, comentou o petista.