A Região Metropolitana de Curitiba entra em uma fase de grandes intervenções viárias e de reorganização urbana que deve redesenhar a mobilidade no entorno da capital paranaense. Com 29 municípios e cerca de um terço da população do Estado, o conjunto de cidades passa a receber um pacote de obras que envolve novas ligações rodoviárias, ampliação de contornos, projetos de transporte coletivo inovadores e revisão do planejamento urbano para acompanhar o avanço da urbanização.
Como as novas obras vão mudar a mobilidade na Região Metropolitana de Curitiba?
As intervenções anunciadas indicam uma mudança significativa no padrão de deslocamento na Região Metropolitana de Curitiba. Entre as ligações rodoviárias, uma das mais simbólicas é a pavimentação de Doutor Ulysses, um dos últimos municípios paranaenses sem acesso asfáltico, o que reduz o isolamento regional e facilita o acesso a serviços públicos.
Outro ponto estratégico é a nova ligação entre Mandirituba e São José dos Pinhais, conectando as rodovias BR-116 e BR-376 com cerca de 25 quilômetros de pavimento de concreto. A expectativa é aliviar a pressão sobre o Contorno Sul, criar um novo eixo logístico no Sul da RMC e encurtar trajetos diários de trabalhadores que se deslocam entre áreas industriais e bairros residenciais.
| Obra / Projeto | O que muda na mobilidade | Benefícios principais |
|---|---|---|
| Novo Contorno Sul (eixo metropolitano) | Cria ligação alternativa entre BR-116 e BR-476, reduzindo carga no contorno atual | Menos trânsito no Contorno Sul (redução significativa). Deslocamentos mais rápidos (até 40 min a menos). Mais segurança e dinamismo no tráfego |
| Duplicação do Contorno Norte (PR-418) | Aumenta capacidade da principal via periférica da RMC | Maior fluidez e segurança no trânsito. Facilita logística entre municípios ao norte de Curitiba |
| Duplicação da PR-423 e ampliação de acessos rodoviários | Expande trechos estratégicos de ligação entre municípios | Menos gargalos e melhor conectividade regional. Melhora escoamento de cargas e deslocamentos intermunicipais |
| Duplicação de rodovias como a dos Minérios e da Uva | Amplia capacidade de trânsito em eixos secundários | Mais opções de rotas e descompressão de vias principais |
| Pavimentação de novos trechos (ex: Doutor Ulysses) | Integra municípios antes desconectados por vias não asfaltadas | Acesso mais rápido e seguro para moradores rurais e urbanos |
| Reestruturação do transporte coletivo (nova concessão / RIT modernização) | Moderniza e integra o sistema de ônibus da RMC (inclusão de tecnologias e frota mais limpa) | Serviço potencialmente mais eficiente e integrado. Incentivo à redução de veículos individuais |
Quais contornos, rodovias e eixos logísticos estão sendo ampliados?
No eixo Norte da Região Metropolitana de Curitiba, a duplicação do Contorno Norte (PR-418) já foi iniciada. O trecho, com 17 quilômetros, parte da Rodovia do Café, passa por Almirante Tamandaré e chega a Colombo, com previsão de entrega em 2027 dentro do pacote de concessões rodoviárias do Paraná.
O Contorno Sul deverá ganhar quatro pistas em cada sentido, ampliando de forma expressiva a capacidade da via, que recebe grande fluxo de caminhões e veículos leves. A duplicação da Rodovia dos Minérios, com futura extensão até Itaperuçu e Rio Branco do Sul, e da Rodovia da Uva, entre Curitiba e Colombo, consolida um anel viário mais robusto ao redor da capital.
- Contorno Norte (PR-418) – duplicação de 17 km, entrega prevista para 2027;
- Contorno Sul – ampliação para quatro faixas em cada sentido;
- Rodovia dos Minérios – duplicação e extensão até Itaperuçu e Rio Branco do Sul;
- Rodovia da Uva – duplicação entre Curitiba e Colombo;
- Ligação Mandirituba–São José dos Pinhais – 25 km de pavimento de concreto;
- Doutor Ulysses – pavimentação de acesso ao município.
Como o Bonde Urbano Digital vai impactar a região?
Além das rodovias, a Região Metropolitana de Curitiba experimenta um projeto pioneiro de transporte público: o Bonde Urbano Digital (BUD). O veículo circula sobre um trilho magnético instalado no asfalto, está em fase de testes entre os terminais de Pinhais e São Roque, em Piraquara, e funciona como laboratório de mobilidade de baixa emissão, com operação guiada integrada ao sistema de ônibus.
Em paralelo, a Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) atualizou a delimitação do Núcleo Urbano Central (NUC) da RMC. O estudo redesenha os limites da mancha urbana contínua para orientar o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI-RMC), concentrando políticas de transporte, habitação e uso do solo em áreas mais adensadas e preservando regiões rurais e ambientais.
Como o Núcleo Urbano Central impacta áreas rurais?
As maiores transformações urbanas foram registradas ao Sul, em áreas de Fazenda Rio Grande, Mandirituba e São José dos Pinhais, além da incorporação de novas zonas urbanizadas em Campina Grande do Sul, Colombo, Itaperuçu e Rio Branco do Sul. Nessas áreas, a pressão por infraestrutura, transporte coletivo e habitação tende a aumentar.
Já regiões predominantemente rurais e de proteção ambiental, especialmente entre Campo Largo e Araucária, foram excluídas do NUC. A medida busca manter a coerência com o conceito de continuidade urbana, reduzir a fragmentação do território e evitar que novos empreendimentos pressionem áreas sensíveis do ponto de vista hídrico e ambiental.
Qual é o papel político da Assomec e da coordenação regional?
A Assembleia Geral Ordinária da Assomec, realizada em 2025 em Araucária, reuniu prefeitos e prefeitas dos 29 municípios da Região Metropolitana de Curitiba. O encontro marcou o encerramento das atividades institucionais do ano, com prestação de contas, posse de nova câmara técnica e definição de diretrizes estratégicas para 2026 em temas como transporte, saúde, educação e habitação.
Na reunião, além do governador Ratinho Junior, participaram o vice-governador Darci Piana, secretários de Estado, dirigentes de empresas públicas e parlamentares, indicando alinhamento institucional em torno da agenda de infraestrutura. Combinando grandes obras rodoviárias, inovação em transporte público e revisão do mapa urbano, a RMC entra em um novo ciclo de mobilidade e logística, que exigirá coordenação federativa, financiamento estável e gestão integrada. Veja detalhes do projeto no vídeo divulgado pelo Governo do Estado do Paraná:
FAQ sobre obras em Curitiba
- Quando as principais obras devem começar a gerar impacto prático no dia a dia da população? Os primeiros efeitos devem surgir de forma gradual, conforme trechos forem entregues e conexões concluídas, com impacto mais perceptível a partir da segunda metade da década, especialmente nas vias duplicadas.
- Como esses projetos serão financiados e qual o peso das concessões rodoviárias? O pacote combina recursos do Estado, concessões rodoviárias e parcerias institucionais, diluindo custos ao longo do tempo e garantindo manutenção e ampliação da malha viária.
- As obras vão gerar mudanças no valor dos imóveis e na ocupação urbana? Sim. A melhoria da mobilidade tende a valorizar áreas próximas aos novos eixos e contornos, além de estimular adensamento urbano em regiões já consolidadas.